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segunda-feira, setembro 08, 2014

Competição entre os sexos


Danilo Barba
O que vale mais, entrar numa disputa com uma mulher, ou por uma mulher? Esta aí uma pergunta que o Google não irá lhe responder prontamente. Com o advento da metrossexualidade e a ascensão da identidade feminina na sociedade moderna, cada vez mais homens e mulheres podem ocupar os mesmos cargos, usufruir stati equivalentes e até conviver em parceria igualitária. Mas não seja ingênuo: toda aquela simpatia de momentos prediletos publicados no Facebook escondem uma competição.
Existe uma competição entre os sexos?
“Mulheres e homens tendem a competir em áreas diferentes, o que reduz a dimensão da competição entre os sexos que pode ficar evidente nas situações corriqueiras do dia a dia”, afirma Monnica Williams, Ph.D e professora de Psicologia na Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. E onde acontecem situações corriqueiras? Onde passamos a maior parte do nosso tempo.
Quando se trata de competição entre os gêneros no ambiente de trabalho, a dominância social e a habilidade política evocam mais ressentimento no homem do que a dominância física. Um estudo publicado pelo Journal of Social and Personal Relationships descobriu que, quanto mais atração física os participantes sentiam pela colega de trabalho, menos inveja sentiam.
Com relação às mulheres, por outro lado, os resultados foram um pouco diferentes. A capacidade política foi a mais invejada, seguida pela dominância social e a atração física, com a dominância física evocando os níveis mais baixos de inveja. Além disso, a pesquisa revelou que a competição fica ainda mais acirrada e as características do colega de trabalho mais ameaçadoras quando há também a presença de um supervisor do sexo oposto.
Por que existe uma competição?
A competição hoje é vista como um processo social onde as pessoas tentam dar o seu melhor para fazer algo melhor do que os outros, para poder ganhar. Preferimos pensar que se trata apenas de um processo natural, em vez de assumir a responsabilidade e o peso de nossas próprias escolhas. Afinal de contas, para cada vencedor, há pelo menos um perdedor.
Aplicativos como o Lulu e o Tubby – que permitem a avaliação anônima da imagem de homens e mulheres do mundo inteiro – reforçam a velha guerra entre os sexos, tema recorrente na história da humanidade. Mas se existe de fato uma concorrência direta entre o homem e a mulher, não será porque há também um objetivo em comum?
Boa parte dos casos mostra que a concorrência é motivada pela baixa autoestima, que faz com que a pessoa queira provar o seu valor às custas dos outros. “A competição desleal também é estimulada pelo sistema de valores individualistas da sociedade ocidental, que enfatiza a vitória a qualquer custo e a sobrevivência do mais apto”, sugere Williams.
Aonde ela está nos levando?
Se provar algo a nós mesmos sempre envolve um risco, imagine tentar provar superioridade sobre outra pessoa – é algo perigoso para si mesmo e, consequentemente, pode prejudicar uma relação a dois em qualquer fase de desenvolvimento. Obviamente, os relacionamentos são menos satisfatórios se um dos parceiros sente que as coisas não estão se encaixando, ou que alguém considerado amigo comemora suas falhas.
Estudiosos defendem que, em sua pior forma, a competição pode levar a relacionamentos mal resolvidos e agressão relacional, ou agressão indireta. Uma pesquisa divulgada pelo Philosophical Transactions of The Royal Society revela que o estresse causado por este tipo de situação afeta mais a felicidade das mulheres, uma vez que elas tendem a ser mais sensitivas a informações emocionais e melhores na decodificação de mensagens sociais e interpessoais.  

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