Danilo
Barba
O
que vale mais, entrar numa disputa com uma mulher, ou por uma mulher?
Esta aí uma pergunta que o Google não irá lhe responder
prontamente. Com o advento da metrossexualidade e a ascensão da
identidade feminina na sociedade moderna, cada vez mais homens e
mulheres podem ocupar os mesmos cargos, usufruir stati equivalentes e
até conviver em parceria igualitária. Mas não seja ingênuo: toda
aquela simpatia de momentos prediletos publicados no Facebook
escondem uma competição.
Existe
uma competição entre os sexos?
“Mulheres
e homens tendem a competir em áreas diferentes, o que reduz a
dimensão da competição entre os sexos que pode ficar evidente nas
situações corriqueiras do dia a dia”, afirma Monnica Williams,
Ph.D e professora de Psicologia na Universidade de Louisville, nos
Estados Unidos. E onde acontecem situações corriqueiras? Onde
passamos a maior parte do nosso tempo.
Quando
se trata de competição entre os gêneros no ambiente de trabalho, a
dominância social e a habilidade política evocam mais ressentimento
no homem do que a dominância física. Um estudo publicado pelo
Journal of Social and Personal Relationships descobriu que, quanto
mais atração física os participantes sentiam pela colega de
trabalho, menos inveja sentiam.
Com
relação às mulheres, por outro lado, os resultados foram um pouco
diferentes. A capacidade política foi a mais invejada, seguida pela
dominância social e a atração física, com a dominância física
evocando os níveis mais baixos de inveja. Além disso, a pesquisa
revelou que a competição fica ainda mais acirrada e as
características do colega de trabalho mais ameaçadoras quando há
também a presença de um supervisor do sexo oposto.
Por
que existe uma competição?
A
competição hoje é vista como um processo social onde as pessoas
tentam dar o seu melhor para fazer algo melhor do que os outros, para
poder ganhar. Preferimos pensar que se trata apenas de um processo
natural, em vez de assumir a responsabilidade e o peso de nossas
próprias escolhas. Afinal de contas, para cada vencedor, há pelo
menos um perdedor.
Aplicativos
como o Lulu e o Tubby – que permitem a avaliação anônima da
imagem de homens e mulheres do mundo inteiro – reforçam a velha
guerra entre os sexos, tema recorrente na história da humanidade.
Mas se existe de fato uma concorrência direta entre o homem e a
mulher, não será porque há também um objetivo em comum?
Boa
parte dos casos mostra que a concorrência é motivada pela baixa
autoestima, que faz com que a pessoa queira provar o seu valor às
custas dos outros. “A competição desleal também é estimulada
pelo sistema de valores individualistas da sociedade ocidental, que
enfatiza a vitória a qualquer custo e a sobrevivência do mais
apto”, sugere Williams.
Aonde
ela está nos levando?
Se
provar algo a nós mesmos sempre envolve um risco, imagine tentar
provar superioridade sobre outra pessoa – é algo perigoso para si
mesmo e, consequentemente, pode prejudicar uma relação a dois em
qualquer fase de desenvolvimento. Obviamente, os relacionamentos são
menos satisfatórios se um dos parceiros sente que as coisas não
estão se encaixando, ou que alguém considerado amigo comemora suas
falhas.
Estudiosos
defendem que, em sua pior forma, a competição pode levar a
relacionamentos mal resolvidos e agressão relacional, ou agressão
indireta. Uma pesquisa divulgada pelo Philosophical Transactions of
The Royal Society revela que o estresse causado por este tipo de
situação afeta mais a felicidade das mulheres, uma vez que elas
tendem a ser mais sensitivas a informações emocionais e melhores na
decodificação de mensagens sociais e interpessoais.
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