O
candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, voltou
à carga neste domingo contra o governo ao comentar novas denúncias
de irregularidades na Petrobras, que teriam o envolvimento de outras
diretorias da estatal.
“É
uma vergonha o que está acontecendo em nossa maior empresa, é
vergonhosa a governança que deixaram acontecer na Petrobras, com
denúncia atrás de denúncia. Agora diz o delator que existem outros
diretores envolvidos nessas denúncias”, disse Aécio durante
visita à Feira de Tradições Nordestinas, no bairro de São
Cristóvão, no Rio de Janeiro.
De
acordo com reportagem publicada no sábado pelo jornal Folha de S.
Paulo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa falou nos
depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal
sobre irregularidades praticadas na diretoria de Serviços e
Engenharia e na divisão internacional durante o período em que
integrou a cúpula da estatal, de 2004 a 2012.
Há
duas semanas vazamentos de depoimentos de Costa publicados na mídia
apontaram para um suposto esquema de propinas envolvendo políticos e
partidos da base governista.
“Nós
vamos investigar isso em profundidade. Nosso papel é cobrar que a
investigações vão a fundo”, acrescentou o tucano.
Aécio
aproveitou também para reforçar as principais linhas de ataque que
vêm usando contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a
reeleição e que para ele representa um fracasso no campo econômico
e ético, e contra Marina Silva (PSB), pelo que ele vê como uma
candidatura com crescentes contradições.
“Tenho
muita convicção que no dia 5 de outubro, pelo voto responsável da
maioria dos brasileiros, nós vamos estar no segundo turno, para
encerrar este ciclo de governo do PT que aí está”, disse Aécio
ao comentar o terreno que recuperou nas últimas pesquisas de
intenção de voto para o primeiro turno divulgadas pelos principais
institutos.
“Eu
tenho muita confiança de que esse ciclo de governo do PT que tão
mal vem fazendo ao Brasil, inclusive na questão ética, vai ser
encerrado”, acrescentou.
Pesquisas
Ibope e Datafolha divulgadas na última semana mostraram que o tucano
foi o único candidato a recuperar terreno nas intenções de voto
para o primeiro turno, mas ele continuava bem atrás de Marina,
segunda colocada.
Nas
simulações de segundo turno, apesar de ter reduzido pela metade a
vantagem de Dilma, segundo o Ibope, ele continua perdendo para a
presidente, enquanto a candidata do PSB tem vantagem numérica contra
a petista, ainda que em empate técnico, nas duas sondagens.
Sempre
acompanhado pelo cantor Fagner, natural de Orós (CE), durante sua
caminhada pela feira, Aécio almoçou pratos típicos do Nordeste e,
depois de ser nomeado “cidadão nordestino” pela administração
do local, chegou a parar para pedir a benção a uma imagem do Padre
Cícero, a quem solicitou ajuda para enfrentar “o que vier pela
frente”.
Ainda
quando falava com os jornalistas, Aécio voltou a criticar o governo
do PT por sua política externa em relação aos países vizinhos.
“Como
presidente da República vou assumir a coordenação de nossa
política nacional de segurança, com o controle de nossas fronteiras
pelas Forças Armadas e a Polícia Federal, porque o Brasil não é
produtor de drogas”, disse ao comentar o “genocídio da juventude
negra” envolvida com o tráfico.
“Eu
conduzirei uma política externa não para ser ditado pelos nossos
vizinhos como faz o PT, mas para ser respeitado por eles”,
acrescentou.
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