Por Juan Gabriel
A tradicional Banda Independente Confraria do Armando (BICA)
já divulgou o tema escolhido para o carnaval de 2018 que será “Amazonas é um
Circo de Horrores, em um ano teve três Governadores”, uma forma de satirizar as
sucessivas trocas no comando do Estado ao longo de 2017.
“É difícil escolher só um tema em um ano em que aconteceu
tanta coisa. A gente parte dos assuntos locais, o que de relevante aconteceu
por aqui e depois vê assuntos nacionais. Nós sentamos, discutimos e resolvemos
focar na troca de governadores que só em 2017 tivemos três, é uma situação
atípica”, destaca a empresária e organizadora da banda, Ana Cláudia Soares em
relação a escolha para o carnaval do ano que vem.
O anúncio foi feito como forma de antecipar a divulgação do
bloco que tem previsão para acontecer no dia 3 de fevereiro. Apesar da escolha
do tema já ter sido anunciada, Ana Cláudia, que também é filha do português Armando
Soares, fundador do “Bar do Armando” e um dos criadores da BICA, que faleceu em
2012, destaca que a marchinha oficial ainda está em fase de finalização e que
tem previsão de ser lançada em meados de janeiro.
Precursora
A Banda da BICA tem um parágrafo considerável na hora de
contar a história do carnaval amazonense. Fundada em 1987 por um grupo de
amigos frequentadores do Bar do Armando, o bloco, que todo ano toma conta da
Avenida 10 de Julho, Centro, se destacou a princípio por ser um dos primeiros a
fomentar o carnaval de rua na cidade de Manaus.
“Eu acho que a banda representa muito pra Manaus. É a
segunda de maior expressão e a mais antiga de rua. Quando ela surgiu a gente
não tinha carnaval de rua, era tudo restrito aos clubes. Quem queria pular
carnaval tinha que ir para os clubes, pagar, fazer fantasias, era uma festa
mais elitizada. A primeira banda de rua que surgiu foi a do Mandy’s Bar, que
não existe mais, e em seguida fomos nós que seguimos até hoje fortalecendo o
carnaval de rua para todos. É uma festa que não precisa de dinheiro, é de
graça, é o carnaval pra todo mundo”, destaca Ana Paula Soares.
Sempre polêmica, a banda traz em sua essência a destreza em
satirizar assuntos pertinentes no cotidiano amazonense, em especial no meio
político, onde contornos bem-humorados se misturam a rebeldia de quem não tem
vergonha em fazer graça com os governantes. O tema de 2018 segue o molde, mas
não é o primeiro. Em 2017, o tema foi “Tem dinheiro. Se não roubar, dá pra
fazer”, em alusão ao bordão que marcou a disputa pela prefeitura em 2016.
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