Por Mauro Santayana
“Ontem, na Casa Panamericana, almoço em companhia de
numerosos sul-americanos, dos quais um muito inteligente e os outros menos.
Verissimo, homem de uma grande modéstia, me falou de meus livros. Ele é jovem,
de aparência agradável.
À minha direita, uma espécie de bebê com bigodes me pergunta
com uma voz já irada por que eu não escrevo romances sociológicos. Esse senhor
sustenta que os romances devem servir a alguma coisa, que não fazem falta obras
de arte que não sirvam a nada e que há um ‘grande perigo em ver tantos
escritores como Julien Green’. Eu lhe disse que não existe tal perigo, e que
ele não é tão grande assim – e todos se puseram a rir”. (Julien Green, L’Oeil
de L’Ouragan – Diário de 4 de agosto de 1944).
Julien Green não identifica o “bebê com bigodes” que lhe
reclamava engajamento sociológico.
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