Por Durango Duarte
O “novo” MDB de Eduardo Braga possui um único objetivo em
2018: reelegê-lo para mais oito anos como senador. Esqueçam de qualquer ideia
sobre uma terceira tentativa de ele concorrer ao governo do Estado.
Uma nova derrota exporia Braga ao nível do que vive José
Melo hoje. O mandato é o berço encantado da impunidade, vide o caso de Aécio
Neves.
O pragmatismo de Braga é altíssimo. Após a eleição
suplementar, já conversou com Amazonino mais de uma vez. Com a influência do
governo, seu mentor poderá ajudá-lo em sua vitória, independentemente de Mendes
ser ou não candidato à reeleição.
Intimamente, Eduardo torce para que Omar Aziz e Arthur
Virgílio Neto rompam com Amazonino, o que facilitaria seu projeto. Amazonino
também alimentará essa possibilidade, pois sabe que o tempo do MDB e as
relações de Braga poderão substituir os aliados que, possivelmente, iriam
trilhar outro caminho.
Braga fará alianças explícitas – ou não – com candidatos de
todos os partidos, para as eleições de deputados federais e estaduais. O MDB é
um peso e um custo que não vale a pena bancar exclusivamente. Então, cuidado
aos emedebistas com seus sonhos de uma eleição proporcional.
O PT (de tantos grupos e matizes) depende 100% do rumo que a
vida de Lula terá a partir de 24 de janeiro. No Amazonas, o partido deve,
provavelmente, lançar alguém para o Senado e abrir mão de um nome para
governador.
O melhor quadro para senador é Francisco Praciano, e, para
ajudar na manutenção de uma boa bancada na Câmara Federal, o nome do deputado
estadual José Ricardo Wendling desponta.
Assim, os petistas precisarão, obrigatoriamente, de uma
coligação com consistência e apelo popular. Lula candidato ganhará fácil no
Amazonas, mas não transferirá votos. No plano da Assembleia Legislativa, o PT
repetirá o modelo das últimas eleições: um monte de ingênuos reelegendo o seu
atual presidente estadual, Sinésio Campos.
O PP terá um papel importante na aliança com o deputado
estadual David Almeida, eventual e mais forte adversário de Amazonino neste
momento. Cada chapa ao governo terá dois nomes para as duas vagas de senador, e
a pessoa de Rebecca Garcia é a melhor opção nessa colocação. Ela fechou 2017
liderando as pesquisas, produto natural do recall de ter sido candidata ao
cargo de governador.
A deputada federal Conceição Sampaio deverá ficar no partido
com esse arranjo. Do contrário, usará a janela da troca partidária em março e
assumirá uma legenda para chamar de sua. O PP ficou enfraquecido no parlamento
estadual, com o fim do projeto de ter nomes populares na grade da TV Rio Negro
(Band Amazonas).
Arthur Virgílio Neto enfrentará as prévias do PSDB contra
Geraldo Alckmin em março. Não é o favorito, mas já colocou todo o partido
refém, ao expor, nos debates internos e para a grande mídia, uma visão
diferenciada do puritano e insosso governador de São Paulo.
O prefeito de Manaus, no mínimo, deixará sua marca e voltará
à cena política nacional, que já conhece bem. Caso Alckmin seja escolhido o
candidato do PSDB à presidência da República, não passará da quarta posição no
Amazonas.
Após essa batalha entre os tucanos, Arthur terá o dia 6 de
abril para tomar sua maior decisão pessoal: continuar ou não à frente da
Prefeitura de Manaus.
Se escolher sair, o caminho natural, e mais adequado após
sua presença nas prévias, é o de concorrer a uma das vagas ao Senado. Seu
principal aliado no plano estadual é o senador Omar Aziz. Eles encontrarão um
caminho novo neste ano.
Se Arthur optar por concluir seu mandato, colocará Marcos
Rotta numa das disputas majoritárias, e seu filho, Arthur Bisneto, será
candidato a deputado estadual.
O PSD de Omar Aziz terá seu primeiro grande momento logo em
março, com uma renovação significativa: a saída da turma que optou por não
seguir a orientação partidária na eleição passada e a entrada de um novo grupo.
Omar terá três situações para definir seu caminho: aguardará
o desempenho do atual governador, a decisão de Arthur e como ficará a sua
imagem junto à opinião pública.
Apoiará fortemente, pelo menos, um nome para o Senado e dois
para deputado federal. A relação com Amazonino Mendes é uma incógnita, e nisso
reside um dos principais movimentos do jogo eleitoral.
As falas do atual governador, em reuniões e conversas
pessoais com o mundo político e empresarial, são de quem não anda muito
preocupado com as consequências do que diz sobre todos. Deputado Pauderney é um
bom exemplo.
Até a próxima parte.
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