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quarta-feira, janeiro 31, 2018

Pirulito e Zé Preto serão homenageados na Banda da Caxuxa


Pirulito e o poeta Celestino Neto

Mantendo uma tradição de homenagear os principais moradores da Cachoeirinha, a Banda da Caxuxa está nos preparativos finais para sua grande batalha de confetes, na terça-feira gorda, dia 13 de fevereiro, levando para o palco mais dois legítimos representantes da nossa cultura popular: Pirulito e Zé Preto, ex-brincantes do bumbá Corre Campo.

Funcionário público estadual aposentado, Raimundo da Silva Nascimento, o Pirulito, nasceu em Parintins, em 24 de fevereiro de 1939, e veio para Manaus ainda criança. Torcedor fanático do Nacional, de Manaus, onde foi chefe da torcida organizada “Leão da Vila”, e do Flamengo, do Rio de Janeiro, suas outras paixões sempre foram o dominó, que pratica diariamente, e a brincadeira de boi-bumbá.

Brincante do bumbá Caprichoso, da Praça 14, Pirulito aprendeu as manhas da “Mãe Catirina” tendo como professor o lendário Pedro Mala Velha, o mais famoso “Pai Francisco” do folclore amazonense. As lições foram tão bem assimiladas, que Pirulito passou mais de 30 anos como “Mãe Catirina” do bumbá Corre Campo, da Cachoeirinha, onde passou a residir. Pirulito teve dois filhos, Miriam Nascimento e o poeta e livreiro Celestino Neto, o “Lé”, que lhe deu os netos Pedro Tupã, Luís Otávio e Alice Beatriz.


Os amos do Corre Campo Zé Preto e Clóvis

No dia 6 de abril de 1930, em um seringal do rio Juruá, em Carauari, nascia José Ribamar do Nascimento, o mestre Zé Preto, considerado o mais longevo amo de boi do folclore amazonense, tendo emprestado sua voz de barítono para os bumbás Corre Campo, Caprichoso, Amazonas e Gitano, entre outros.

Filho de nordestinos – mãe maranhense e pai cearense –, Zé Preto veio para a capital amazonense ainda pequeno, quando tinha apenas dois anos. Em Manaus, nasceu Clóvis Nascimento, seu irmão caçula, que, como ele, também foi amo do bumbá Corre Campo por mais de três décadas.

“Quando eu tinha seis anos, ganhei um garrote de presente da babalorixá que morava em frente à minha casa, dona Isabel, que o pessoal chamava de Mundica. Ela só fez uma exigência: batizá-lo. O nome era Beija Flor e eu fui escolhido para ser o amo”, recorda Zé Preto. “Setenta anos depois, em 2006, uma mãe de santo do Maranhão deu à dona Emília (presidente da Federação Umbandista do Amazonas) um boi de estimação pra ela botar no Amazonas. Novamente, ele já tinha nome certo: Estrela do Oriente. E eu fui escolhido para ser seu amo.” 

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