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domingo, julho 07, 2013

A derrocada de um mito


Giba Um

Durante os últimos anos, quando anunciava uma empreitada nova por dia e ocupava a sétima colocação no ranking da Forbes dos maiores bilionários do planeta, atribuía-se ao empresário Eike Batista o toque de Midas. Na mitologia grega, Midas foi um rei que pediu ao deus Poseidon um dom: tudo que ele tocasse viraria ouro. No começo, foi uma maravilha, só que depois deu fome e ele viu que tinha feito um mau negócio. Agora, quando deixa a presidência do Conselho da MPX, empresa de energia e a mais promissora do grupo, que ainda tem outras seis, inicia-se o colapso da EBX. Por isso, banqueiros e ex-diretores de suas companhias, estão lhe brindando com outro tipo de toque. Tudo o que ele toca ou já tocou, vai virar outra coisa.

CPI do BNDES

De um lado, o BTG Pactual, de André Esteves, cancela a linha de crédito de US$ 1 bilhão para as empresas de Eike Batista; de outro, descobre-se que o total de empréstimos do BNDES para seu grupo é de R$ 10,4 bilhões que, dependendo do futuro de suas companhias, estão ameaçados de virar pó. Esses empréstimos são dados pelo BNDES com juros de 6% do ano, com dois anos de carência e longo prazo. No Congresso, já floresce, devido a esses e outros empréstimos, a idéia de uma CPI do BNDES que, dependendo, pode virar um problema bem maior do que o plebiscito.

Renúncia no ar

Se os mensaleiros conseguirem convencer, através de seus advogados, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal a iniciar um segundo tempo do julgamento do maior escândalo político nacional, na apreciação dos embargos nos próximos dias, que ninguém duvide: Joaquim Barbosa estaria disposto a renunciar e não apenas à presidência da Alta Corte, mas ao próprio exercício da função de ministro. Declaratórios ou infringentes, os embargos se transformaram hoje na conspiração dos derrotados. E Barbosa, não compactuando com tudo isso, pode virar o candidato que derrotaria Dilma Rousseff nas eleições do ano que vem.

Contra reeleição

No Programa do Ratinho, a ex-ministra do Meio Ambiente e pré-presidenciável Marina Silva, defendeu a gestão dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula: um “trabalhou a favor da estabilidade econômica” e outro “investiu na inclusão social”. E também disse ser contraria à reeleição, inclusive de Dilma Rousseff com a qual, a propósito, nunca manteve nem mesmo relações cordiais.

Quase primeira-dama

Se Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara, foi de jato da FAB ao Rio, para assistir a final da Copa das Confederações e fazer bonito junto à noiva Laurita Arruda, a moça até merece. Bonita, jornalista, blogueira e figura querida nas rodas de Natal, Laurita também experimentou as emoções de ser primeira-dama nas 24 horas que Henrique respondeu interinamente pela Presidência da República, quando também voaram juntos em outro jato – e esse, da Presidência. O blog de Laurita chama-se Território Livre e outros blogueiros de lá, que já viram a moça discursar, apostam que ela vai entrar para política.

Chiclete e pé nervoso

Na semana passada, Dilma Rousseff, num momento de total carência, teria confidenciado: “Fugiram todos. Ninguém me defende”. Congressistas do PT e da base aliada e mesmo a maioria dos ministros, nesses dias, ninguém tem colocado a cara para fora para defender a Chefe do Governo. Além de não acreditarem na história de plebiscito para reforma política, acabam dando o troco de como vem sendo tratados pela presidente, antes e depois do tsunami das manifestações de rua. Antes, nas conversas, ela não parava de mascar chiclete, levantava a voz e encerrava a reunião rapidamente; agora, o chiclete continua e ela balança, o tempo todo, nervosamente, o pé, tensa e impaciente.

Rei da censura

Antes da reunião de Dilma com artistas para falar de direitos autorais, Roberto Carlos ficou conversando com ela, sozinho, no gabinete, por cerca de 20 minutos, privilegio que a maioria dos ministros não conseguiu em dois anos e meio de governo. Quem pediu a conversa reservada foi ele: mobiliza apoios para censurar, na Justiça, um trabalho acadêmico sobre moda e comportamento da Jovem Guarda, de Maria Zimmermann, que, embora traga um desenho do cantor na capa e um foto sua no miolo, não faz menção a sua vida intima.

Gostosona, não

Tatá Werneck, a Valdirene de Amor à Vida, atração especial da novela (há quem aposte que Paola Oliveira estaria reagindo contra o destaque que vem sendo dado à humorista), é baixinha, mas nem por isso – e é ela que garante – deixa de inspirar os homens. “Não sou gostosona, mas eu me amo. Foi pelo meu jeito de humor que as pessoas já se sentiram atraídas por mim”.

Nova categoria

Nos blogs de humor: tem sem-terra, sem-casa, sem-emprego e logo poderá ganhar nova categoria. No futuro, Eike Batista poderá ser o primeiro sem-bilhão.

Mais diárias

Em junho, mês em que o Brasil sediou a Copa da s Confederações, a União pagou R$ 115,3 milhões em diárias para servidores civis e militares. O valor é 12% maior que o desembolsado no mesmo período do ano passado, quando R$ 102 milhões foram pagos. O Ministério da Justiça foi o que mais gastou: R$ 31,2 milhões foram pagos a servidores da Pasta em junho e desse total, R$ 22,3 milhões para arcar com despesas relacionadas à Copa das Confederações, principalmente com segurança.

Novo concorrente

O deputado Paulo Teixeira, de São Paulo, acaba de lançar sua candidatura à presidência nacional do PT. Concorre como representante do bloco Mensagem ao Partido, que admitiu a existência e criticou o mensalão. Dessa corrente, fazem parte o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Rui Falcão concorre à reeleição.

Canção de protesto

A cantora Marisa Monte, que já participou de manifestação no Rio, acaba de compor (com Dadi e Arnaldo Antunes) uma música sobre a luta dos brasileiros nas ruas por conquistas. Em turnê nos Estados Unidos, já cantou a composição, ainda sem título, explicou o que era e ganhou cinco minutos de palmas ininterruptas.

Nas ruas

Por recomendação de João Santana, Dilma Rousseff vai aumentar o número de suas viagens pelos estados brasileiros, anunciando pequenas ou grandes obras. É a receita encontrada para que a Chefe do Governo supere a crise que assola o país e recupere os pontos percentuais perdidos nas últimas semanas. Embora não signifique o atendimento imediato de quaisquer reivindicações das manifestações de rua, Santana acha que “ela deve ir para a rua”, como fez Lula na época do mensalão. Nem na campanha de 2010, Dilma foi ao encontro “dos braços do povo”. Mais: esse tipo de ação merecerá um super-esquema de proteção policial. Ela teme algum tipo de agressão.

Rindo

Em Salvador, onde foi anunciar o Plano Safra do Semi-Árido, que destinará R$ 4 bilhões para pequenos agricultores abatidos pela estiagem e acabou apoiando as manifestações de rua, a presidente Dilma Rousseff, vira e mexe, abria largo sorriso. A essa altura do campeonato, ninguém conseguiu entender do que ela ria tanto.

Até ingresso

Na semana passada, Fernando Henrique Cardoso, já eleito para a Academia Brasileira de Letras, participou do primeiro chá na Casa de Machado de Assis, ao lado de outros acadêmicos. Foi um encontro regado a histórias e lembranças divertidas dos intelectuais. No final, FHC brincou: “Se for sempre assim, eu vou até pagar ingresso”.
 
Vende-se

Além do jato Legacy 600, Eike Batista está vendendo seu suntuoso iate Pershing, de 115 pés e 5.100 cavalos, comprado há cinco anos. É o maior barco, o mais caro e ultra-veloz ancorado em marinas brasileiras, batizado de Pink Fleet. Custou US$ 19 milhões. Também o restaurante Mr. Lam, de comida chinesa, poderá ser passado adiante: anda vazio. Apenas a Mercedes SLR McLaren, que tem na parede de sua sala de visitas, deverá ser poupada: custa R$ 2,7 milhões. Outra igual a essa foi destruída, num desastre, pelo filho Thor Batista.

Vendetta

Em maio, o jogador Cristiano Ronaldo assistiu a um show de Rihanna, em Lisboa e compartilhou nas redes sociais foto onde aparece ao lado dela. Em Madri, perguntada sobre um possível affair com ele, a cantora respondeu: “Tenho muitos amigos gays e apoio a diversidade”. O jornal espanhol Vanitatis entendeu que ela estava insinuando que o craque era gay. Cristiano Ronaldo namora, há tempos (e diz que é muito ciumento) a modelo russa Irina Shayk e teria pulado fora das investidas de Rihanna, que lhe deu o devido troco. É a versão do TMZ.

Outro mundial

De 14 a 17 de novembro, o Rio sediará o Mondial de la Bière, festival internacional de cerveja, quando é esperado um público de 20 mil pessoas, degustando mais de 400 marcas de bebida.

Kit da fé

Lojistas da Saara e também camelôs do Rio (e igualmente em Aparecida, interior de São Paulo, onde o Papa Francisco rezará uma missa este mês) estão vendendo um kit da fé, com terço e garrafinha de água. Tem dupla utilidade; pode ser usado para matar a sede nas caminhadas e demais celebrações ou para guardar água benta.

Antigo bordão

Alexandre Padilha, ministro da Saúde, área onde se concentram os maiores problemas do governo Dilma Rousseff, na condição de pré-candidato ao governo de São Paulo, anda visitando diversas cidades do interior do Estado, com ou sem obras para inaugurar. Em muitos locais, tem sido brindado com um antigo bordão usado num quadro de Jô Soares, nos tempos em que fazia programa de humor. O personagem (homônimo do ministro) louvava a mulher que tinha – e que o traia. Aí, alguém gritava: “Vai pra casa, Padilha!” No caso do ministro, a recomendação nada tem a ver com sua mulher: é por causa dos maus resultados na Saúde.

Menos ministérios

No governo Lula havia 27 ministérios; no governo Dilma, já são 39, incluindo secretarias com status de ministério. Agora, como até o ex-presidente acha que a redução do número de ministérios teria repercussão popular, significando empenho presidencial no enxugamento da máquina, Dilma Rousseff começa a pensar no assunto. E volta a cogitar a fusão das secretarias da Igualdade Racial, Políticas para Mulheres e Direitos Humanos numa única Pasta. Também Integração Nacional e Cidades poderiam ser fundidas e até Educação com Cultura.

Relações azedas

O discurso de Dilma Rousseff da semana passada obrigou o vice-presidente Michel Temer se desdizer: ele anunciara que o governo desistira da proposta do plebiscito, depois de ouvir a base aliada, contrária à medida antes de outubro. E azedaram, para valer, as relações entre os dois, já estremecidas desde que ela escanteou o vice na primeira proposta de plebiscito para constituinte de fins específicos.

Foto, não

Depois da aprovação do projeto do Ecad, na semana passada, no plenário do Senado, Roberto e Erasmo Carlos, mais Caetano Veloso, literalmente evaporaram de cena. Caetano não queria – e convenceu os outros dois – posar para foto ao lado de Renan Calheiros, que teve de se contentar com os demais artistas presentes.

Choro duplo

No mesmo dia, a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, chorou duas vezes: primeiro, no gabinete, com assessores, lamentando que não conseguia ser ouvida por ninguém da base aliada; depois na reunião do PT, fazendo apelo que os companheiros não se dividam, nem na defesa do governo e tampouco nas eleições para a presidência do partido.

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