Giba Um
Durante os últimos anos, quando anunciava uma empreitada
nova por dia e ocupava a sétima colocação no ranking da Forbes dos maiores
bilionários do planeta, atribuía-se ao empresário Eike Batista o toque de
Midas. Na mitologia grega, Midas foi um rei que pediu ao deus Poseidon um dom:
tudo que ele tocasse viraria ouro. No começo, foi uma maravilha, só que depois
deu fome e ele viu que tinha feito um mau negócio. Agora, quando deixa a
presidência do Conselho da MPX, empresa de energia e a mais promissora do
grupo, que ainda tem outras seis, inicia-se o colapso da EBX. Por isso,
banqueiros e ex-diretores de suas companhias, estão lhe brindando com outro tipo
de toque. Tudo o que ele toca ou já tocou, vai virar outra coisa.
CPI do BNDES
De um lado, o BTG Pactual, de André Esteves, cancela a linha
de crédito de US$ 1 bilhão para as empresas de Eike Batista; de outro,
descobre-se que o total de empréstimos do BNDES para seu grupo é de R$ 10,4
bilhões que, dependendo do futuro de suas companhias, estão ameaçados de virar
pó. Esses empréstimos são dados pelo BNDES com juros de 6% do ano, com dois
anos de carência e longo prazo. No Congresso, já floresce, devido a esses e
outros empréstimos, a idéia de uma CPI do BNDES que, dependendo, pode virar um
problema bem maior do que o plebiscito.
Renúncia no ar
Se os mensaleiros conseguirem convencer, através de seus
advogados, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal a iniciar um
segundo tempo do julgamento do maior escândalo político nacional, na apreciação
dos embargos nos próximos dias, que ninguém duvide: Joaquim Barbosa estaria
disposto a renunciar e não apenas à presidência da Alta Corte, mas ao próprio
exercício da função de ministro. Declaratórios ou infringentes, os embargos se
transformaram hoje na conspiração dos derrotados. E Barbosa, não compactuando
com tudo isso, pode virar o candidato que derrotaria Dilma Rousseff nas
eleições do ano que vem.
Contra reeleição
No Programa do Ratinho, a ex-ministra do Meio Ambiente e
pré-presidenciável Marina Silva, defendeu a gestão dos ex-presidentes Fernando
Henrique Cardoso e Lula: um “trabalhou a favor da estabilidade econômica” e
outro “investiu na inclusão social”. E também disse ser contraria à reeleição,
inclusive de Dilma Rousseff com a qual, a propósito, nunca manteve nem mesmo
relações cordiais.
Quase primeira-dama
Se Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara, foi de jato
da FAB ao Rio, para assistir a final da Copa das Confederações e fazer bonito
junto à noiva Laurita Arruda, a moça até merece. Bonita, jornalista, blogueira
e figura querida nas rodas de Natal, Laurita também experimentou as emoções de
ser primeira-dama nas 24 horas que Henrique respondeu interinamente pela
Presidência da República, quando também voaram juntos em outro jato – e esse,
da Presidência. O blog de Laurita chama-se Território Livre e outros blogueiros
de lá, que já viram a moça discursar, apostam que ela vai entrar para política.
Chiclete e pé nervoso
Na semana passada, Dilma Rousseff, num momento de total
carência, teria confidenciado: “Fugiram todos. Ninguém me defende”.
Congressistas do PT e da base aliada e mesmo a maioria dos ministros, nesses
dias, ninguém tem colocado a cara para fora para defender a Chefe do Governo.
Além de não acreditarem na história de plebiscito para reforma política, acabam
dando o troco de como vem sendo tratados pela presidente, antes e depois do
tsunami das manifestações de rua. Antes, nas conversas, ela não parava de
mascar chiclete, levantava a voz e encerrava a reunião rapidamente; agora, o
chiclete continua e ela balança, o tempo todo, nervosamente, o pé, tensa e
impaciente.
Rei da censura
Antes da reunião de Dilma com artistas para falar de
direitos autorais, Roberto Carlos ficou conversando com ela, sozinho, no
gabinete, por cerca de 20 minutos, privilegio que a maioria dos ministros não
conseguiu em dois anos e meio de governo. Quem pediu a conversa reservada foi
ele: mobiliza apoios para censurar, na Justiça, um trabalho acadêmico sobre
moda e comportamento da Jovem Guarda, de Maria Zimmermann, que, embora traga um
desenho do cantor na capa e um foto sua no miolo, não faz menção a sua vida
intima.
Gostosona, não
Tatá Werneck, a Valdirene de Amor à Vida, atração especial
da novela (há quem aposte que Paola Oliveira estaria reagindo contra o destaque
que vem sendo dado à humorista), é baixinha, mas nem por isso – e é ela que
garante – deixa de inspirar os homens. “Não sou gostosona, mas eu me amo. Foi
pelo meu jeito de humor que as pessoas já se sentiram atraídas por mim”.
Nova categoria
Nos blogs de humor: tem sem-terra, sem-casa, sem-emprego e
logo poderá ganhar nova categoria. No futuro, Eike Batista poderá ser o
primeiro sem-bilhão.
Mais diárias
Em junho, mês em que o Brasil sediou a Copa da s
Confederações, a União pagou R$ 115,3 milhões em diárias para servidores civis
e militares. O valor é 12% maior que o desembolsado no mesmo período do ano
passado, quando R$ 102 milhões foram pagos. O Ministério da Justiça foi o que
mais gastou: R$ 31,2 milhões foram pagos a servidores da Pasta em junho e desse
total, R$ 22,3 milhões para arcar com despesas relacionadas à Copa das
Confederações, principalmente com segurança.
Novo concorrente
O deputado Paulo Teixeira, de São Paulo, acaba de lançar sua
candidatura à presidência nacional do PT. Concorre como representante do bloco
Mensagem ao Partido, que admitiu a existência e criticou o mensalão. Dessa
corrente, fazem parte o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o
governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Rui Falcão concorre à reeleição.
Canção de protesto
A cantora Marisa Monte, que já participou de manifestação no
Rio, acaba de compor (com Dadi e Arnaldo Antunes) uma música sobre a luta dos
brasileiros nas ruas por conquistas. Em turnê nos Estados Unidos, já cantou a
composição, ainda sem título, explicou o que era e ganhou cinco minutos de
palmas ininterruptas.
Nas ruas
Por recomendação de João Santana, Dilma Rousseff vai
aumentar o número de suas viagens pelos estados brasileiros, anunciando
pequenas ou grandes obras. É a receita encontrada para que a Chefe do Governo
supere a crise que assola o país e recupere os pontos percentuais perdidos nas
últimas semanas. Embora não signifique o atendimento imediato de quaisquer
reivindicações das manifestações de rua, Santana acha que “ela deve ir para a
rua”, como fez Lula na época do mensalão. Nem na campanha de 2010, Dilma foi ao
encontro “dos braços do povo”. Mais: esse tipo de ação merecerá um
super-esquema de proteção policial. Ela teme algum tipo de agressão.
Rindo
Em Salvador, onde foi anunciar o Plano Safra do Semi-Árido,
que destinará R$ 4 bilhões para pequenos agricultores abatidos pela estiagem e
acabou apoiando as manifestações de rua, a presidente Dilma Rousseff, vira e
mexe, abria largo sorriso. A essa altura do campeonato, ninguém conseguiu
entender do que ela ria tanto.
Até ingresso
Na semana passada, Fernando Henrique Cardoso, já eleito para
a Academia Brasileira de Letras, participou do primeiro chá na Casa de Machado
de Assis, ao lado de outros acadêmicos. Foi um encontro regado a histórias e
lembranças divertidas dos intelectuais. No final, FHC brincou: “Se for sempre
assim, eu vou até pagar ingresso”.
Vende-se
Além do jato Legacy 600, Eike Batista está vendendo seu
suntuoso iate Pershing, de 115 pés e 5.100 cavalos, comprado há cinco anos. É o
maior barco, o mais caro e ultra-veloz ancorado em marinas brasileiras,
batizado de Pink Fleet. Custou US$ 19 milhões. Também o restaurante Mr. Lam, de
comida chinesa, poderá ser passado adiante: anda vazio. Apenas a Mercedes SLR McLaren,
que tem na parede de sua sala de visitas, deverá ser poupada: custa R$ 2,7
milhões. Outra igual a essa foi destruída, num desastre, pelo filho Thor
Batista.
Vendetta
Em maio, o jogador Cristiano Ronaldo assistiu a um show de
Rihanna, em Lisboa e compartilhou nas redes sociais foto onde aparece ao lado
dela. Em Madri, perguntada sobre um possível affair com ele, a cantora
respondeu: “Tenho muitos amigos gays e apoio a diversidade”. O jornal espanhol
Vanitatis entendeu que ela estava insinuando que o craque era gay. Cristiano
Ronaldo namora, há tempos (e diz que é muito ciumento) a modelo russa Irina
Shayk e teria pulado fora das investidas de Rihanna, que lhe deu o devido
troco. É a versão do TMZ.
Outro mundial
De 14 a 17 de novembro, o Rio sediará o Mondial de la Bière,
festival internacional de cerveja, quando é esperado um público de 20 mil
pessoas, degustando mais de 400 marcas de bebida.
Kit da fé
Lojistas da Saara e também camelôs do Rio (e igualmente em
Aparecida, interior de São Paulo, onde o Papa Francisco rezará uma missa este
mês) estão vendendo um kit da fé, com terço e garrafinha de água. Tem dupla
utilidade; pode ser usado para matar a sede nas caminhadas e demais celebrações
ou para guardar água benta.
Antigo bordão
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, área onde se
concentram os maiores problemas do governo Dilma Rousseff, na condição de
pré-candidato ao governo de São Paulo, anda visitando diversas cidades do
interior do Estado, com ou sem obras para inaugurar. Em muitos locais, tem sido
brindado com um antigo bordão usado num quadro de Jô Soares, nos tempos em que
fazia programa de humor. O personagem (homônimo do ministro) louvava a mulher
que tinha – e que o traia. Aí, alguém gritava: “Vai pra casa, Padilha!” No caso
do ministro, a recomendação nada tem a ver com sua mulher: é por causa dos maus
resultados na Saúde.
Menos ministérios
No governo Lula havia 27 ministérios; no governo Dilma, já
são 39, incluindo secretarias com status de ministério. Agora, como até o
ex-presidente acha que a redução do número de ministérios teria repercussão
popular, significando empenho presidencial no enxugamento da máquina, Dilma
Rousseff começa a pensar no assunto. E volta a cogitar a fusão das secretarias
da Igualdade Racial, Políticas para Mulheres e Direitos Humanos numa única
Pasta. Também Integração Nacional e Cidades poderiam ser fundidas e até
Educação com Cultura.
Relações azedas
O discurso de Dilma Rousseff da semana passada obrigou o
vice-presidente Michel Temer se desdizer: ele anunciara que o governo desistira
da proposta do plebiscito, depois de ouvir a base aliada, contrária à medida
antes de outubro. E azedaram, para valer, as relações entre os dois, já
estremecidas desde que ela escanteou o vice na primeira proposta de plebiscito
para constituinte de fins específicos.
Foto, não
Depois da aprovação do projeto do Ecad, na semana passada,
no plenário do Senado, Roberto e Erasmo Carlos, mais Caetano Veloso,
literalmente evaporaram de cena. Caetano não queria – e convenceu os outros
dois – posar para foto ao lado de Renan Calheiros, que teve de se contentar com
os demais artistas presentes.
Choro duplo
No mesmo dia, a ministra Ideli Salvatti, das Relações
Institucionais, chorou duas vezes: primeiro, no gabinete, com assessores,
lamentando que não conseguia ser ouvida por ninguém da base aliada; depois na
reunião do PT, fazendo apelo que os companheiros não se dividam, nem na defesa
do governo e tampouco nas eleições para a presidência do partido.
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