Pesquisar este blog

terça-feira, julho 09, 2013

Vamos resgatar os fundamentos do jornalismo?


André Chaves

No início do segundo semestre de 2011, foi divulgada a lista das 50 pessoas mais influentes para as finanças globais, segundo uma famosa publicação americana, e um presidente de um grande grupo empresarial brasileiro foi o único brasileiro citado na categoria “empreendedores inovadores”, como um dos dez empresários do ranking mundial.

No inicio de 2012, este mesmo brasileiro foi escolhido por uma renomada revista nacional uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, ao lado de personalidades da política, da economia e do entretenimento.

Pelo sexto ano consecutivo, em 2012, em mais um prêmio para sua coleção, ele é citado como um dos 100 brasileiros mais influentes do ano.

Ele também esteve na lista dos 100 mais influentes de 2010 e, em 2011, foi destaque como um dos principais líderes mobilizadores e revolucionários no mundo dos negócios nacionais e internacionais, segundo uma importante revista de negócios .

Após pesquisa com mais de mil empresários, este mesmo cidadão foi eleito o “Líder mais admirado no Brasil” por uma revista bem prestigiada, que levou em consideração critérios como responsabilidade social, ética, respeito pelo consumidor e qualidade de produtos e serviços. Isso sem falar num sem número de conquistas em publicações internacionais.

O maior jornal do Brasil destaca este personagem como exemplo de empreendedor.

Estamos falando de quem?

Estamos falando de um ex-grande empresário que hoje agoniza com a dilapidação de suas empresas e de seu patrimônio.

Se fizermos uma reflexão um pouco mais profunda, será que no mercado de comunicação, no Brasil e no mundo, os veículos não deveriam investigar melhor a origem dos fatos, a história antes de classificá-los?

Será que os orgãos de mídia estão deixando de apurar a fundo os fundamentos, com a justificativa de estarmos vivendo uma era do tempo real, da noticia imediata?

Em um momento em que existem milhares de fontes, notícias, é fundamental resguardarmos um dos pilares do jornalismo: o compromisso com a verdade factual, apurada e investigada.

Tudo isso para não corrermos mais risco de criarmos super heróis da noite para o dia e termos de nos justificar mais tarde de que não sabíamos o que estávamos escrevendo, classificando ou julgando.

Formar opinião tem um grande valor, mas a responsabilidade é proporcional.


André Chaves é presidente e CEO do iG e escreve quinzenalmente a coluna Quociente Criativo, no jornal Brasil Econômico.

Nenhum comentário: