O cantor e compositor
Paulo Sérgio Valle no “Sem Censura Pará”
No começo do mês passado, o compositor Paulo Sérgio Valle
postou o comentário abaixo em um post publicado aqui no mocó em 2008:
Simao, você sabe mais da minha vida do que eu mesmo.
Fez-me lembrar de coisas que eu ja havia esquecido.
Pena, que seu comentário foi feito antes do lançamento do
meu livro “O Homem que Venceu Getúlio Vargas”, que versa sobre o ex governador
do Pará, Eurico Valle, único a vencer a revolução getulista em 1930.
Muito obrigado por tudo.
Grande abraço, Paulo
Esta semana, junto com um exemplar do livro do Paulo Sérgio
Valle, o jornalista José Alberto Freitas, um de nossos homens em Belém do Pará,
me enviou a resenha abaixo, publicada em setembro do ano passado:
Paulo Sérgio Valle
leva música e história ao Encontro Literário
São quase 50 anos de carreira, 800 músicas gravadas e seis
livros lançados.
Compositor, letrista, músico, esportista e escritor, Paulo
Sérgio Valle é dos grandes nomes da música brasileira, além de trilhar um
caminho sólido também na literatura.
Ele foi o convidado do Encontro Literário desta terça-feira,
25, dentro da programação da XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, que é realizada
no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia até o próximo domingo, 30.
Paulo Sérgio Valle não fez questão de utilizar o palco para
conversar com o público. A distância foi reduzida em uma espécie de roda, na
qual só faltava mesmo um violão.
Mas apesar de fazer parte da nata da Bossa Nova (movimento
da Música Popular Brasileira do final dos ano 50) e até hoje compor canções que
são gravadas por ícones como Ivete Sangalo e Herbert Viana, não foi a música
que o aproximou do Pará.
Seu avô, Eurico Valle, fez parte de um dos períodos mais
decisivos da historia brasileira, à frente do Governo do Pará, durante a
República Velha.
Em “O homem que venceu Getúlio Vargas – Uma Batalha
Política, Um Acerto de Contas”, Paulo Sérgio Valle relata a resistência do avô
mediante ao ambiente político que precede a Revolução de 1930.
O título do livro faz uma referência exata à postura de
Eurico Valle frente aos revolucionários.
Os que se aventuraram na tomada de alguns públicos foram
rigorosamente punidos e presos.
A transição do poder à junta militar, segundo o escritor,
foi quase uma cerimônia solene, inclusive com um discurso feito pelo governador
deposto.
“O livro é um mergulho na história do Pará, na história dos
grandes feitos e das grandes ações”, afirma Valle.
Nele, o escritor faz questão de ressaltar a vida do homem,
que mesmo sendo um dos estadistas mais admirados pelo então presidente Getúlio
Vargas, foi obrigado a sair da política, não por pressão de opositores e sim
numa demonstração obediente de amor à esposa.
“A minha avó fez esse pedido a ele em razão do perigo
iminente que o país estava vivenciando na época. Nesse período ele não estava
mais no Pará, mas recebeu inúmeros convites para retornar ao poder. Ele atendeu
ao pedido e nunca mais se envolveu na política”, explicou se referindo a Dona
Carlota, esposa de Eurico Valle.
O romance histórico foi lançado no mês de março em Belém, no
Instituto de Artes do Pará (IAP). A partir daí, Paulo Sérgio Valle começou a
receber de historiadores, estudantes e pesquisadores paraenses, diversos
relatos e versões sobre o período.
O médico José Maria Abreu Junior, 34 anos, estava na ocasião
do lançamento do livro e foi um dos correspondentes.
“Eu o conhecia da música, mas só vim saber que ele era neto
do Eurico Valle durante o lançamento do livro em Belém há alguns meses.
Encaminhei alguns documentos nos quais seu avô é considerado um dos mais
populares e prestigiados políticos brasileiros, inclusive pelo jornal da época,
Folha do Norte”, ressaltou.
O bate-papo não seria completo se Paulo Sérgio Valle não
despertasse na plateia a curiosidade por seu universo musical.
Autor de sucessos que até hoje tocam pelo mundo, o
compositor emplacou canções em diversos gêneros, do samba à jovem guarda,
passando pelo pop rock, pagode e sertanejo.
“Samba de verão” é uma das canções mais executadas de todos
os tempos.
“Um novo tempo” é até hoje a trilha sonora das festas de Ano
Novo.
O estudante de filosofia João Paulo Brito, 22 anos, também
na plateia, ficou lisonjeado em poder conversar com o escritor.
“Ele é um artista completo. Conheci sua obra através de um
artigo num jornal local e aqui acabei descobrindo que são dele algumas músicas
que fazem parte da nossa vida. Ele escreve trabalhando na perspectiva da
existência do ser e é muito bom no que faz”, observou.
Ao final da programação Paulo Sérgio Valle autografou seu
mais novo livro, “O Homem que Venceu Getúlio Vargas – Uma Batalha Política, Um
Acerto de Contas”, no Ponto do Autor.
Nesta quarta-feira, 26, a programação segue no auditório
Dalcídio Jurandir, com o escritor José Luis Peixoto.
O Encontro Literário acontece sempre às 19h.
NOTA DO EDITOR DO
MOCÓ:
Thanks a lot pelo presente, Zé Alberto!
Valeu, Paulo Sergio!
Sorry, periferia!
Sorry, periferia!
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