Chamada de quadrilha caipira, ou simplesmente de quadrilha
junina, a dança foi introduzida no Amazonas pelos imigrantes cearenses que
vieram trabalhar nos seringais nativos na segunda metade do século XIX. Consta
de diversas evoluções em pares e é aberta pelo noivo e pela noiva, pois a
quadrilha representa o grande baile de um casamento que hipoteticamente acabou
de se realizar.
Na verdade, a quadrilha surgiu no Brasil durante o período
da Regência e fez bastante sucesso nos salões brasileiros do século 19,
principalmente no Rio de Janeiro, sede da Corte. Depois desceu as escadarias do
palácio e caiu no gosto do povo, que modificou suas evoluções básicas e
introduziu outras bossas, alterando inclusive a música.
A sanfona, o triângulo
e a zabumba são os instrumentos musicais que em geral acompanham a quadrilha.
Também são comuns a viola, a rabeca e o violão.
Quem conta as origens da dança é a pesquisadora Maria Leonor
Costa, editora do jornal “Falando de Dança” e coautora da coletânea “200 anos
de Dança de Salão no Brasil” (AMAragão Edições, 2011):
Quando
a corte portuguesa chegou ao Rio de Janeiro em 8 de março de 1808, houve nove
dias de comemorações, com muita ovação, música e dança. Mas nada comparável aos
anos de animados saraus e bailes que se seguiriam e transformariam os costumes
e a vida social da cidade e do país. O Rio de Janeiro era capital da colônia,
mas não lembrava tal status, quer no aspecto arquitetônico e sanitário, quer no
aspecto cultural. Enquanto escravos e classes mais baixas se divertiam nas ruas
cantando e dançando, as famílias abonadas tinham praticamente como único
divertimento a ida a igrejas e a festas religiosas.
A vida
social da cidade e então colônia mudou completamente com a chegada da corte
portuguesa. Acostumados à agenda mais intensa das cortes europeias, os novos
habitantes demandavam outras formas de entretenimento, e não somente
procissões, queima de fogos, cavalgadas e touradas. Duas maneiras mais
frequentes de entretenimento da nobreza e das classes abastadas na Europa eram
os saraus e os bailes, e aqui não foi diferente. A elite local passou, então, a
ter contato com as danças sociais europeias. Mas como estar preparado para não
dar vexame no salão? Entra em cena Luís Lacombe, o primeiro professor oficial
de danças sociais do Brasil.
Em
Portugal, D. João mantinha uma orquestra permanente e uma companhia de balé
como forma de entreter a família e a corte. Assim, em 1810, o príncipe regente
ordenou a vinda de Pedro Colonna, maestro de dança responsável pelos
espetáculos na Capela Real. Para ministrar aulas de música aos filhos e compor
para a Capela Real, D. João também mandou vir o maestro Marcos Portugal, que
passou a supervisionar e a dirigir os teatros públicos. Com ele veio Luís
Lacombe, dançarino e coreógrafo, nomeado Compositor de Danças e Maestro de
Danças da Casa Real, tendo sido ele o responsável pela primeira coreografia de
balé de que se tem notícia no país, a que integrou a peça teatral de Marcos
Portugal, “L’oro non compra amore”. Luís Lacombe chegou ao Rio em 11 de julho
de 1811 e já em 13 de julho fez publicar na Gazeta do Rio de Janeiro o primeiro
anúncio de ensino de danças a “qualquer pessoa civilizada da cidade”.
A
demanda por aulas de dança aumentava à medida que a vida social ia se
intensificando. A partir de 1815, como capital do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves, o Rio de Janeiro recebia cada vez mais novos habitantes:
comerciantes estrangeiros que vinham aqui prosperar, diplomatas, artistas e
famílias da aristocracia rural. Todos desejosos de morar próximo à corte e
poder frequentar os eventos da nobreza. Logo Luís Lacombe precisou chamar os
irmãos para auxiliá-lo. Entre eles, Lourenço Lacombe, que viria a ser o
professor de dança de D. Pedro II.
Uma
das danças mais executadas nos salões era o minueto. Originária de festejos
populares, ela foi refinada até se tornar uma coreografia complexa, cheia de
mesuras e passinhos miúdos (daí a origem do nome).
Também apreciada por seu
ritmo rápido e alegre, era a quadrilha francesa, executada, como o nome indica,
por no mínimo quatro casais em movimentos coreografados sob o comando de um
líder. Em comum, essas danças tinham a característica de manter os pares
afastados, pois não era de bom-tom o cavalheiro tocar em dama que não fosse sua
esposa ou filha.
A
restrição à aproximação demasiada dos pares perdurou por algumas décadas no
Brasil, apesar de a valsa já ter dominado os salões europeus. No início, essa
dança, que permitia ao cavalheiro abraçar a dama e conduzi-la de forma
independente pelo salão, era vista como indecente. O “gelo” começou a ser
quebrado quando o austríaco Sigismund Neukomm incluiu uma composição de valsa
na apresentação que organizou para a nobreza reunida no Congresso de Viena, em
1815.
No ano seguinte, Neukomm veio ao Brasil em visita e foi convidado a
ministrar aulas de música aos filhos de D. João VI. Para D. Pedro, ele deu
aulas de harmonia e composição. O futuro imperador se tornou, assim, o primeiro
compositor de valsas brasileiras.
A
preponderância da valsa só foi sentida aqui na segunda metade do século XIX. Em
1841, no baile pela coroação de D. Pedro II, para cada três contradanças
francesas, executou-se uma valsa. Já no último grande baile registrado no Paço,
em agosto de 1852, a valsa firmava seu império: D. Pedro II rodopiou pelo salão
com várias damas da corte.
A essa altura, diversas danças animavam os bailes –
“umas efêmeras, que não pegavam, por esquisitas, outras com fiéis adeptos que
nunca as esqueciam – as contradanças, gavotas, lanceiros, a quadrilha
diplomática, a schottish com seus requebros, a polca com seus pulinhos, o rill
da Virgínia, a redowa, o galope, a mazurca...”, escreve Wanderley Pinho no
livro “Salões e Damas do Segundo Reinado”, referindo-se aos bailes no Casino
Fluminense. O Casino era a mais famosa sociedade dançante do Rio, tendo como um
de seus patrocinadores o Conde D’Eu.
Entre
a coroação de D. Pedro II e o início da Guerra do Paraguai, em 1864, o Rio
viveu uma febre de reuniões, bailes, concertos e festas que iam até o raiar do
dia. Segundo uma crônica de Francisco Otaviano, em 1853, havia no Rio 365
bailes por ano. Com a guerra, os bailes arrefeceram, para retornarem
triunfantes após o fim dos confrontos, em 1870.
Nas
noites de baile havia um cerimonial a ser respeitado. “Depois de aberto o baile
pelas pessoas para isso convidadas, e se acabarem os minuetes, seguir-se-ão as contradanças,
waltz, ril etc., pela ordem estabelecida pelos mestres-salas. Eles convidarão
as senhoras para cada uma destas danças, dando-lhes os pares, que serão sempre
diversos; qualquer senhora que estiver cansada, ou não quiser figurar na dança
proposta, o poderá fazer livremente, sem que se tenha isto por falta de
delicadeza. Não serão as danças de longa duração para se evitar a fadiga; e no
fim delas não se darão pateadas nem outros aplausos do costume. Assim o pede o
decoro da Assembleia e o respeito devido a SS AA RR [Suas Altezas Reais]”,
ensinava o impresso “Etiqueta que se há de guardar”, da sociedade recreativa
Assembleia Portuguesa.
Outros
costumes não se impunham através de manuais, mas eram seguidos e passados
adiante. Os pares não podiam se tocar, senão com luvas. Nos carnês de dança, as
moças anotavam seus compromissos, solicitados por cavalheiros que obedeciam a
um ritual de aproximação. E não era só devido ao calor que as damas portavam
leques: através da riqueza de detalhes do objeto era possível distinguir a
posição social e as posses de sua proprietária.
Os
periódicos e as revistas matavam a curiosidade da plebe sobre os bailes,
descrevendo detalhadamente músicas, danças, penteados, joias e vestes das
damas. Alguns chegavam a publicar croquis. Em 10 de setembro de 1841, o Jornal
do Commercio noticiava um baile na Assembleia Estrangeira, em comemoração à
coroação do imperador.
Descrevia a entrada do monarca, o cerimonial, as danças
executadas pela orquestra dirigida por Milliet – mestre das quadrilhas
francesas – e informava o número de convidados (mais de mil), o número de damas
(350 senhoras), a hora em que D. Pedro e as irmãs se retiraram (meia-noite) e a
hora em que o baile terminou (4 horas da manhã). Em 1876, Machado de Assis
registrou em versos a polca, dando pistas sobre as razões do sucesso da dança:
“É simples, quatro compassos / E muito saracoteio / cinturas presas nos braços
/ Gravatas cheirando o seio”.
No
caminho aberto por Lacombe, inúmeros professores de dança aqui se estabeleceram
e se encarregaram de difundir essa nova cultura fora dos salões aristocráticos.
Ora dando aulas em casas e colégios, como anunciava o francês Philipe Caton no
Jornal do Comércio, em 12 de abril de 1840, ora em exibições, como a do próprio
casal Caton que, ao dançar a polca nos teatros, provocou uma corrida às aulas
de dança para aprendê-la – a ponto de se batizar como “polka” a epidemia de
dengue daquele ano.
A
adaptação da polca, tocada ao piano, aos instrumentos dos músicos de choro
(sopro e cordas), somada ao molejo de um povo com tendência aos volteios e
requebros de corpo, fez surgir a primeira grande contribuição da cidade à
música e à dança brasileiras: o maxixe, que se espalhou pelo país e fez grande
sucesso na Europa e nos Estados Unidos. Cafés, teatros de revistas, agremiações
e cabarés floresciam com a demanda dos novos praticantes das danças sociais.
Começava a se firmar a fama de boêmio do carioca.
É
sintomático que o período da nobreza no Brasil tenha se encerrado com um baile.
O Baile da Ilha Fiscal, promovido pelo governo em homenagem aos oficiais do
navio chileno Almirante Cochrane, jamais será superado em opulência. O dia 9 de
novembro de 1889 teve clima de feriado, com a população se aglomerando no cais
para observar os convidados a exibirem as últimas modas em penteados, toaletes
e joias. Na ilha, D. Pedro II, adoentado, permaneceu apático, dançando apenas
uma vez. Já a princesa Isabel e o Conde D’Eu aproveitaram bem as pistas de
dança, animadas por orquestras que tocavam predominantemente valsas e polcas. O
imperador se retirou à meia-noite, mas o baile continuou animado até o raiar do
dia.
Os
jornais esgotaram nos dias seguintes, descrevendo pormenores de decoração,
cardápio, vestes, danças e gafes cometidas, mas também registrando protestos
pelos gastos desmedidos, equivalentes a 10% do orçamento anual da província do
Rio de Janeiro. Seis dias mais tarde era proclamada a República. Fim da era dos
salões? Não! Tão logo a poeira assentou, os salões reabriram para receber os
diplomatas que vinham apresentar credenciais ao novo establishment.
Na quadrilha caipira, o marcador (ou “marcante”) desempenha
papel fundamental, pois é ele que dá a voz de comando em francês não muito
correto misturado com o português e dirige as evoluções da dança. Hoje,
dança-se a quadrilha apenas nas festas juninas e em comemorações festivas no
meio rural, onde apareceram outras danças dela derivadas, como a quadrilha matuta,
em São Paulo, o baile sifilítico, na Bahia e em Goiás, a saruê (que combina
passos da quadrilha com outros de danças nacionais rurais e sua marcação
mistura francês e português), no Brasil Central, e a mana-chica (quadrilha
sapateada), em Campos, no Rio de Janeiro.
A quadrilha é mais comum no Brasil
sertanejo e caipira, mas também é dançada em outras regiões de maneira muito
própria, caso de Belém do Pará, onde há mistura com outras danças regionais.
Ali, há o comando do marcador e durante a evolução da quadrilha dança-se o
carimbó, o xote, o siriá e o lundu.
No fim do século 19, as damas que dançavam a quadrilha
usavam vestidos até os pés, sem muita roda, no estilo blusão, com gola alta,
cintura marcada, mangas “presunto” e botinas de salto abotoadas do lado. Os
cavalheiros vestiam paletó até o joelho, com três botões, colete, calças
estreitas, camisa de colarinho duro, gravata de laço e botinas.
Hoje em dia, na
tradição rural brasileira, o vestuário típico das festas juninas não difere do
de outras festas: homens e mulheres usam suas melhores roupas.
Nos centros urbanos, há uma interpretação do vestuário
caipira ou sertanejo baseada no hábito de confeccionar roupas femininas com
tecido de chita florido e as masculinas com tecidos de algodão listrados e
escuros. Assim, as roupas usadas para dançar a quadrilha variam conforme as
características culturais de cada região do país.
Os trajes mais comuns para os
cavalheiros são camisa de estampa xadrez, com imitação de remendos na calça e
na camisa, chapéu de palha, talvez um lenço no pescoço e botas de cano. As
damas geralmente usam vestidos com estampas florais, de cores fortes, com
babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha.
O casamento caipira aborda de forma bem-humorada a
instituição do casamento e as relações sexuais pré-nupciais e suas
consequências. Seu enredo, com algumas variações de uma região para outra, é o
seguinte: a noiva fica grávida antes do casamento e seus pais obrigam o noivo a
se casar com ela. Como ele tenta fugir, o pai pede a interferência do delegado
e de seus ajudantes. Em algumas localidades, o casamento civil é realizado após
a cerimônia religiosa, sob a vigilância do delegado e de seus auxiliares.
Depois, é só acompanhar a sanfona, o triângulo e a zabumba e comemorar o
casamento com a dança da quadrilha.
Em linhas gerais, o auto da quadrilha obedece a um script
pré-determinado. Personagens: padre, coroinha, noiva, noivo, delegado,
ajudantes do delegado, pais da noiva e padrinhos. Cenário: representação de um
altar de igreja ou capela. Os convidados estão posicionados em duas fileiras,
deixando o centro para a noiva.
O padre anuncia a chegada da noiva, que entra com o pai e
vai até o altar, onde estão o padre, devidamente paramentado, seu coroinha e os
padrinhos e pais dos noivos. Os personagens, carregando bastante no sotaque
interiorano, dizem o seguinte:
Padre: A noiva tá
chegano! Vamo batê parma pr’ela, pessoar! Cadê o noivo?!
Noiva: Ai, mãe,
ele num vem, acho que vou dismaiá... (E, simulando um desmaio, a noiva é
acudida pela mãe e pela madrinha.) O pai da noiva faz um sinal para o delegado
e cochicha com ele.
Delegado: Peraí,
seu padre, eu já vô buscá ele. Aquele safado dessa num escapa! (ele sai
acompanhado por dois ajudantes, armados de espingarda e cassetetes.) Entra o
noivo empurrado pelo delegado, que permanece no altar, grande parte da
cerimônia, atrás do noivo, para que ele não fuja.
Padre: Bão, vamo
começá logo esse casório. Ocê, Chiquinha Dengosa, promete, de coração, pra
marido toda vida o Pedrinho Foguetão?
Noiva: Mas que
pregunta isquisita seu vigário faz pra mim. Eu vim aqui mais o Pedrinho num foi
pra dizê que sim?!
Padre: E ocê,
Pedrinho, que me olha assim tão prosa, qué mesmo pra sua esposa a sinhá
Chiquinha Dengosa?
Noivo: Num havia
de querê, num é essa minha opinião, mas, se não caso com a Chiquinha, vô direto
pro caixão... (Vira-se para o delegado, que está com a espingarda em punho.)
Padre: Então, em
nome do cravo e do manjericão, caso a Chiquinha Dengosa com o Pedrinho
Foguetão! E viva os noivos!
Convidados:
Viva!!! (Conforme os noivos passam pelos convidados, pode-se jogar arroz.)
Padre: E vamo pro
baile, pessoar!!!
Com os convidados já devidamente formados, tem início a
quadrilha – o grande baile do casamento. Um dos resquícios franceses na dança
são os comandos proferidos pelo marcador da quadrilha. Escolhido, geralmente,
entre os mais experientes do grupo, seu papel é anunciar os próximos passos da
coreografia.
O abrasileiramento de termos franceses deram origem, por
exemplo, ao saruê (de soirée –
reunião social noturna, ordem para todos se juntarem no centro do salão),
anarriê (en arrière – para trás) e
anavã (en avant – para frente). O
marcador se posiciona perto do grupo musical e o sanfoneiro começa a festa.
A cada fala do marcador, os brincantes fazem uma determinada
coreografia.
Caminho da festa!
– Os pares seguem atrás dos noivos, iniciando a dança.
Saruê! – Os pares
param de dançar e se reúnem no centro do salão. As damas e os cavalheiros se
separam (quatro metros, aproximadamente), formando duas colunas.
Anavã e anarriê! – Os cavalheiros cumprimentam as damas: eles
se aproximam das damas, cumprimentando-as. Flexionam o tronco, mantendo a
cabeça erguida, e voltam a seus lugares, caminhando de costas. As damas
cumprimentam os cavalheiros: elas repetem a evolução dos cavalheiros.
Saudação geral! –
Tanto as damas como os cavalheiros andam para frente e, quando se encontram,
cumprimentam-se.
Balancê e tur! (balanceio
e giro) – Damas e cavalheiros fazem o passo no lugar, balançando os braços
naturalmente, e giram dançando juntos.
Grande passeio! –
As damas colocam-se à direita dos cavalheiros e os dois dão-se os braços. Do
lado de fora o outro braço continua balanceando ao longo do corpo. Formam um
círculo e seguem dançando. Quando o marcador anuncia nova evolução, a
progressão cessa e os participantes fazem o que foi ordenado.
Changê de damas!
(trocar de damas) – No grande passeio, os cavalheiros avançam e colocam-se ao
lado da dama imediatamente à frente. Se for dito “mais uma vez”, repetem o
movimento. Os comandos “passar duas” e “passar quatro” também são executados
pelo cavalheiro.
Olha o túnel! – Os
noivos, que estão na frente, param e elevam os braços internos para cima e, de
mãos dadas, fazem o túnel. O segundo par flexiona o tronco, passa pelo túnel,
coloca-se à frente dos noivos e eleva os braços, e assim sucessivamente, até
que todos passem. Executa-se o passo no lugar durante essa evolução.
Segue o passeio!
– É a voz de comando para que o grande passeio continue.
Caminho da roça!
– As fileiras de damas e cavalheiros fundem-se, formando uma só coluna. O
primeiro segura, com as mãos à altura dos ombros, as mãos de quem está atrás.
Os demais colocam as mãos nos ombros de quem está à sua frente. A coluna
progride, fazendo curvas para um lado e para outro, como se fosse uma serpente.
O marcador da quadrilha continua dando voz de comando.
Olha a chuva! – Todos
dão meia-volta.
Já passou! – Todos
dão meia-volta novamente dizendo “ehh!”.
Olha a cobra! – As
damas gritam e pulam, os cavalheiros procuram segurá-las em seus braços.
É mentira! – Os
caipiras continuam o passo e gritam “uhh!”.
A ponte quebrou!
– Todos dão meia-volta novamente.
Já consertou! – Voltam
a dançar no outro sentido.
Olha o caracol! –
Em coluna e com as mãos ainda sobre os ombros de quem está à frente, todos
obedecem às ordens do marcador, que começará a descrever um percurso cheio de
curvas que fazem lembrar o casco de um caracol. Quando o marcador disser
“desvirar”, o guia deverá fazer as curvas em sentido contrário, voltando a
dançar em linha reta.
Formar a grande roda!
– Os participantes da quadrilha dão as mãos formando uma grande roda e, ao
ouvir a voz de comando “à direita” e “à esquerda”, deverão se deslocar no
sentido determinado pelo marcador.
Damas ao centro!
– As damas formam uma roda no centro e deslocam-se no sentido indicado pelo
marcador.
Coroa de rosas! –
Os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços na vertical sobre a cabeça das
damas, como se as coroassem, depois abaixam os braços passando-os pela frente,
até a altura da cintura das damas, contornando-as. Fazem o passo no lugar
durante a coroação. Depois podem deslocar-se “à direita” e “à esquerda”.
Coroa de espinhos!
– Nesse momento, são as damas quem elevam os braços sobre a cabeça dos
cavalheiros, coroando-os.
Olha o grande
passeio! – Repetem a formação descrita anteriormente.
Vai começar o grande
baile, olha a valsa dos noivos! – Os noivos entram no centro da roda e
dançam juntos.
Olha os padrinhos!
– Os padrinhos dançam no centro da roda.
Baile geral! – Todos
os pares dançam no centro da roda, um por um.
O grande baile está
acabando. Vamos nos despedir do pessoal! – Todos executam a evolução final
do grande baile e se retiram do centro do terreiro, despedindo-se das pessoas
que estão assistindo por meio de acenos com um lenço na mão.
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