Miele posa ao lado de
sua estátua no deck de madeira da piscina de sua residência
Por Luiz Carlos Miele
– O Miele caiu do telhado?
– Não, o Miele subiu no telhado.
– Nada disso. O Miele caiu do terraço.
– Acho que o Miele caiu do cavalo.
Só se foi do cavalo
branco, o White Horse.
Nada disso. Apesar dos comentários maldosos, eu caí da
varanda. Depois do tombo, aprendi que uísque faz mal para a rótula.
Aliás, uma amiga minha já tinha me garantido:
– Miele, qualquer bebida em excesso faz muito mal. Para as
mulheres também. E principalmente para as pernas.
– Por que para as pernas? Ela ficam trêmulas?
– Não, Miele, abrem.
Pois é. Foi um tombo feio, que provocou, além de notícias
desencontradas, comentários carinhosos de vários colegas, entre eles, o querido
Jô Soares. Para ele, inclusive, assim que obtive alta, eu mandei um e-mail
agradecendo:
“Caro Jô. Obrigado pelas palavras amigas. O tombo fez com
que eu reavaliasse minha vida e estou agora com a cabeça muito mais aberta.
Para ser mais exato, 42 pontos mais aberta. Estou pensando em desenvolver novos
projetos para dar vazão à minha veia artística, mesmo porque a outra veia está
ocupada com soro, no momento.”
Essa história de soro é plágio de uma tirada genial do
Bôscoli. Eu e o Menescal fomos visitá-lo no leito do hospital, e infelizmente
foi uma das nossas últimas visitas. Quando entramos no quarto, ele estava com
soro numa das veias e sangue na outra. Com o humor sarcástico que era sua
marca, e que ele usava até contra si mesmo, perguntou:
– E aí, rapaziada, vão de branco ou de tinto?
No meu caso, o Menescal, que não sabe beber, foi correndo
para o hospital e, antes que terminassem de dar os pontos, gritava:
– Não fecha não. Quem sabe dá tempo de colocar um ponto de
juízo?
Já a Wanda Sá garante que flagrou o meu anjo da guarda no
celular do céu, direto com Deus:
– Senhor, essa é a terceira queda com fratura na qual eu
tive que dar uma amortecida. Já fiquei também na frente de quatro derrapagens e
colisões que deram em perda total dos veículos. Estou com as asas quebradas,
num estresse absoluto. Gostaria de solicitar minha substituição porque, assim,
não há anjo que aguente. Estou às suas ordens para missões em locais mais
calmos. Como o Iraque, por exemplo. Ou a Cidade de Deus. Assim já fico mais
perto do senhor.
Sacanagem do anjo, não é mesmo?
E depois, vários convites vieram para novos shows e outros
espetáculos. Como achei muito óbvio, recusei o convite para a minha
participação em Depois da queda.
Algumas boas matérias foram feitas sobre o acidente. A mais
divertida foi feita para o Flash, do amigo Amaury Jr. Toda essa cascata
anterior foi só para justificar a foto que ele mandou para o livro.
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