Luiz Carlos Miele como
o personagem milionário Jack Parker, da novela G3R4ÇÃO BR4S1L
O produtor musical, ator e diretor Luiz Carlos D'Ugo Miele,
de 77 anos, foi encontrado morto em sua casa em São Conrado, Zona Sul do Rio,
numa quarta-feira, 14 de outubro de 2015.
Anita Bernstein, esposa de Miele, o encontrou caído no chão
do escritório nas primeiras horas da manhã e chamou os bombeiros, que
constataram o óbito ao chegarem a sua casa, em São Conrado.
Segundo ela, o mal súbito que acometeu o diretor pegou todo
mundo de surpresa.
Luiz Carlos Miele e Anita foram casados por 47 anos e não
tiveram filhos. O casal morava sozinho no Rio, tendo a companhia dos
funcionários da casa e de um cachorro.
Nascido em 1938 em São Paulo, Miele, que começou a carreira
como locutor de rádio, foi responsável por produzir shows de diversos cantores
famosos.
Ele se mudou para o Rio em 1959, onde trabalhou na TV
Continental como diretor de estúdio.
Da amizade com Ronaldo Bôscoli, um dos principais nomes da
Bossa Nova, passou a produzir shows no Beco das Garrafas – reduto que reuniu
Sérgio Mendes, Elis Regina e Wilson Simonal.
Com Bôscoli, foi dono da boate Monsieur Pujol, por onde
passaram artistas como Ivan Lins, Stevie Wonder e Marcel Marceau.
Contratados pela Globo, Miele e Bôscoli produziram os
programas “Alô, Dolly”, “Dick & Betty” e “Um Cantor por Dez Milhões, Dez
Milhões por Uma Canção”.
Na década de 1970, atuou como humorista em programas como
“Faça Humor, Não Faça Guerra” e “Planeta dos Homens”.
Nos meados de 2000, ele retomou a carreira na televisão. No
seriado “Mandrake”, viveu o advogado Wexler.
Na Rede Globo, em 2008, participou de “Casos & Acasos” e
“Tapas e Beijos”.
Na novela “Geração Brasil”, interpretou o milionário Jack
Parker.
Sua última participação foi no programa “Tomara que Caia”,
em setembro.
Duas semanas antes do seu falecimento, no dia 1º de outubro,
ele lançou um novo livro “Miele – Contador de histórias” (editora BookStart),
junto com um show homônimo, na Miranda, casa de shows na Lagoa.
No livro, Miele conta várias das suas peripécias ao longo de
66 anos de carreira.
Em 2004, Miele já havia lançado seu primeiro livro “Poeira
de Estrelas: Histórias de boemia, humor e música” (Ediouro), em que escreveu a
seguinte apresentação:
Sempre
pensei que as histórias que fazem parte deste livro divertiriam um pouco meus
amigos de várias épocas, em várias situações: nas salas de aula, na hora do
recreio, durante os ensaios, na beira do campo, nas mesas de bar, na saída da
praia, no quarto de hóspedes, atrás das grades, depois da missa, na cama, na
lama, no estúdio, no palco e na plateia.
Coloquei
muitas delas nos shows, acrescidas de alguma fantasia e, esporadicamente,
escrevi artigos para algumas revistas.
Nunca
pensei em escrever um livro, mas, de um tempo para cá, várias pessoas passaram
a sugerir que as histórias fossem todas reunidas e publicadas. Quando as
sugestões passaram do círculo familiar e das rodas dos amigos do fim de semana,
achei que poderia arriscar.
Descobri
como é difícil escapar das armadilhas do auto-elogio, e se ainda assim
acontecer algum, peço desculpas. Não quis aceitar nenhuma ajuda de editores de
texto profissionais, já que as histórias não têm a menor pretensão literária.
Nem mesmo autobiográfica – embora, pelo adiantado da hora e da idade, seja
inevitável que façam parte da narrativa algumas memórias do tempo em que “pena
que a nossa televisão não seja a cores”.
Espero
que sejam divertidas. Eu, pelo menos, me diverti muito enquanto relembrava
algumas histórias. E só uma coisa me deixa muito chateado: é que a vida não
tenha uma segunda edição.
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