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quinta-feira, junho 06, 2013

A poesia nordestina, segundo Carpinejar


O escritor, jornalista e professor universitário Fabrício Carpinejar, disse, nesta quarta-feira, 5, durante o Bate-Papo literário no Salão do Livro do Piauí (Salipi), que a poesia é mais forte no Nordeste do que em outras regiões do Brasil.

“Aqui a poesia é cantada, é uma poesia do assalto. Aqui não tem como ser tímido, a poesia é mais falada, é uma coisa mais arraigada na cultura da região. Aquela coisa de encenar e personificar e personagem do cordel. Aqui a poesia é do chão e não aquela feita por autores que querem ganhar prêmio”, disse .

O autor foi a grande atração desta terça-feira, 5, do 16º Seminário língua Viva,  evento que acontece ao mesmo tempo do Salipi, com a apresentação de palestras, oficinas, bate-papo literário e apresentações artísticas.

Fabrício Carpinejar disse também não acreditar na máxima de que brasileiro não gosta de ler poesia.

“O que faz um escritor é ter um pai e uma mãe que contem histórias. Um livro é um pretexto para a convivência e todo mundo gosta de ler”, afirma.

Sucesso na internet, onde tem um blog muito acessado e seus textos viraram febre nas redes sociais, o escritor destaca que a rede mundial de computadores possibilitou uma nova forma de viver a literatura.


“A internet da uma oportunidade de provocar, de sair do lugar comum que não havia antes. Hoje é preciso escrever mais do que falar. Aliás, nunca se escreveu tanto. Na internet tu conhece uma autor pelo Twitter, daí então tu compra o livro dele e passa acessar o blog. Ele se tornar uma espécie de cumplice porque tu já convive com ele, manda até e-mail desafiando suas ideias. A internet possibilita isso”, afirma.

Figura contumaz em salões de livro por todo o Brasil, Carpinejar enaltece o papel desses eventos na formação de novos leitores.

“É de suma importância, primeiro para trocar experiências de leitura e desmistificar os escritores. O autor é um mediador vivo da sua obra, ele tem que despertar a paixão, para que o leitor conte as páginas do livro para saber o que vai acontecer ao fim da história. Acho que é isso que precisamos repassar ao leitor, que o livro é uma espécie de fogo que se alastra”, finaliza.

O 11º Salão do Livro do Piauí começou no dia 2 e segue até o domingo, 9, com palestras, apresentações musicais, atividades para o público infantil e feira de livros.


O evento, que ocorre no Complexo Cultural da Praça Pedro II, no Centro de Teresina, homenageia os centenários de Vinicíus de Moraes, Permínio Asfora e Rubem Braga.

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