O escritor, jornalista e professor universitário Fabrício
Carpinejar, disse, nesta quarta-feira, 5, durante o Bate-Papo literário no
Salão do Livro do Piauí (Salipi), que a poesia é mais forte no Nordeste do que
em outras regiões do Brasil.
“Aqui a poesia é cantada, é uma poesia do assalto. Aqui não
tem como ser tímido, a poesia é mais falada, é uma coisa mais arraigada na
cultura da região. Aquela coisa de encenar e personificar e personagem do
cordel. Aqui a poesia é do chão e não aquela feita por autores que querem
ganhar prêmio”, disse .
O autor foi a grande atração desta terça-feira, 5, do 16º
Seminário língua Viva, evento que
acontece ao mesmo tempo do Salipi, com a apresentação de palestras, oficinas,
bate-papo literário e apresentações artísticas.
Fabrício Carpinejar disse também não acreditar na máxima de
que brasileiro não gosta de ler poesia.
“O que faz um escritor é ter um pai e uma mãe que contem
histórias. Um livro é um pretexto para a convivência e todo mundo gosta de
ler”, afirma.
Sucesso na internet, onde tem um blog muito acessado e seus
textos viraram febre nas redes sociais, o escritor destaca que a rede mundial
de computadores possibilitou uma nova forma de viver a literatura.
“A internet da uma oportunidade de provocar, de sair do
lugar comum que não havia antes. Hoje é preciso escrever mais do que falar.
Aliás, nunca se escreveu tanto. Na internet tu conhece uma autor pelo Twitter,
daí então tu compra o livro dele e passa acessar o blog. Ele se tornar uma
espécie de cumplice porque tu já convive com ele, manda até e-mail desafiando
suas ideias. A internet possibilita isso”, afirma.
Figura contumaz em salões de livro por todo o Brasil,
Carpinejar enaltece o papel desses eventos na formação de novos leitores.
“É de suma importância, primeiro para trocar experiências de
leitura e desmistificar os escritores. O autor é um mediador vivo da sua obra,
ele tem que despertar a paixão, para que o leitor conte as páginas do livro
para saber o que vai acontecer ao fim da história. Acho que é isso que
precisamos repassar ao leitor, que o livro é uma espécie de fogo que se
alastra”, finaliza.
O 11º Salão do Livro do Piauí começou no dia 2 e segue até o
domingo, 9, com palestras, apresentações musicais, atividades para o público
infantil e feira de livros.
O evento, que ocorre no Complexo Cultural da Praça Pedro II,
no Centro de Teresina, homenageia os centenários de Vinicíus de Moraes,
Permínio Asfora e Rubem Braga.
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