A presidente Dilma Rousseff propôs na tarde desta
segunda-feira, 24, aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais
convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto a adoção de cinco pactos
nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e
educação).
“Se você acham que vou pagar o pato sozinha, estão
redondamente enganados”, avisou. “Meu ovo, que vou me lascar sozinha! Meu ovo,
entenderam?! Meu ovo!!!”
A reunião com governadores e prefeitos foi convocada como
forma de resposta à série de manifestações que levaram milhares às ruas em protesto
contra aspectos da conjuntura política e econômica, a qualidade dos serviços
públicos e o corte de cabelo cada vez mais ridículo do Neymar.
O primeiro pacto apresentado pela presidente a governadores
e prefeitos foi por responsabilidade fiscal, estabilidade da economia e
controle da inflação.
“Este é um pacto perene para todos nós”, declarou. “Ou todo
mundo se locupleta e passa o resto da vida morando na Suíça, ou vamos restaurar
a porra da moralidade e continuar morando no Bananão!”
Segundo a presidente, o pacto pela preservação dos
fundamentos da economia “é uma dimensão especialmente importante no momento
atual, quando a prolongada crise econômica mundial ainda castiga as nações
amigas e só quem está ganhando dinheiro com a crise são os fabricantes de
cartolina, pincel atômico e vinagre balsâmico, que a garotada usa nas passeatas”.
Reforma política
No capítulo da reforma política, Dilma propôs aprofundar até
o cabo a participação popular por meio de um debate sobre a convocação de um
plebiscito.
De acordo com a presidente, o processo prostituinte seria
específico para estabelecer regras de uma nova suruba política, capaz de
produzir mudanças na forma de escolha de governantes e parlamentares,
financiamento de campanhas eleitorais, coligações entre partidos, propaganda na
TV e no rádio e outros pontos, como proibir o Hulk de jogar na seleção do
Felipão.
Segundo Dilma, o debate da reforma política “entrou e saiu,
entrou e saiu, entrou e saiu” várias vezes da pauta nas últimas décadas e quem tomou
na tarrasqueta foi o povo.
“É necessário que nós tenhamos a iniciativa de romper um
impasse. Ou a gente chega aos finalmente ou nem começa”, disse. “O que não dá
mais é pra continuar nessa punheta!”
Corrupção
A presidente defendeu um combate “contundente” à corrupção e
disse que, para isso, é necessário endurecer a legislação com viagra, cialis,
palmeirinha, catuaba e ginseng, de modo que a corrupção dolosa seja classificada
como crime hediondo, “com penas severas e doloridas, de preferência cumpridas
na cela do Manicão”.
Quanto à corrupção culposa, quando o sujeito rouba sem
querer ou sem intenção de roubar, a presidente disse que ainda não tem uma
posição definida a respeito, “mas que vai conversar com alguns pastores que
possuem expertise nessa área”.
Saúde
Para melhorar os serviços públicos de saúde, Dilma pediu aos
governadores e prefeitos para chamarem o piloto alemão Sebastian Vettel e
tomarem lições de como “acelerar” os investimentos já contratados em hospitais,
unidades de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde.
Ela disse que o governo quer incentivar a ida de médicos
para as cidades que mais necessitam de atendimento de saúde, e, quando não
houver brasileiros disponíveis, contratar médicos estrangeiros para trabalhar
exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se
trata nem de longe de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos
profissionais da máfia de branco. Trata-se de uma ação emergencial, localizada,
tendo em vista a dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos com
disposição para trabalhar em municípios como Ipixuna, Caxangá e Lagarto, ou
seja, no oco do mundo”, afirmou Dilma, para quem o Brasil é um dos países que
menos emprega médicos estrangeiros.
“Nem os Médicos Sem Fronteira querem ir pra região amazônica
porque lá a internet é uma merda e não tem como eles acessarem o Instagram”, se
queixou. “Eles preferem as savanas africanas e o sudeste asiático, onde já tem
até internet banda larga com 4G de velocidade.”
Transportes
Para o problema do transporte público, apontado como um dos
fatores que determinaram a eclosão da onda de manifestações pelo país, Dilma
falou em dar um “salto de qualidade”.
Ela destacou a desoneração fiscal do setor promovida pelo
governo federal, o que, segundo afirmou, permitiu a redução das tarifas de
ônibus em 10 centavos e a de metrô e dos trens em 15 centavos.
“Não é nada, não é nada, mas quem usa quatro ônibus
diariamente no final do mês terá economizado R$ 12, que dá pra comprar um
ingresso usado da Copa das Confederações no site Mercado Livre”, ponderou.
“Estamos dispostos agora a ampliar desoneração do PIS-Cofins
sobre o óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrô e
trens. Esse processo pode ser fortalecido pelos estados e municípios com a
desoneração dos seus impostos. Tenho certeza que os senhores estarão sensíveis
a isso”, afirmou, dirigindo-se a governadores e prefeitos, que estavam tentando
se esconder embaixo das mesas.
Ela também anunciou a destinação de mais de R$ 50 bilhões
para novos investimentos em obras de mobilidade urbana, tais como pistas de
skate, quadras de patinação artística, gafieiras e casas de forró.
“Quem fica parado é poste!”, avisou.
Educação
Para a área de educação, Dilma pediu apoio para o projeto
que destina 100% dos royalties da exploração do petróleo para a educação, em
tramitação no Congresso.
“Avançamos muito nas últimas décadas para reverter o atraso
secular da nossa educação, mas agora precisamos, vou repetir pela última vez,
de mais recursos, porra! Precisamos de mais recursos, caceta! O governo tem
lutado junto ao Congresso Nacional para que 100% dos royalties do petróleo e
50% dos recursos do pré-sal a serem recebidos pelas prefeituras, pelo governo
federal, pelos municípios e a parte da União, repito, sejam investidos na
educação. Mas os senhores congressistas estão de sacanagem comigo e ainda não
aprovaram a porra desse projeto que tramita no Legislatvo com urgência
constitucional”, reclamou.
Para a presidente, nunca houve país no mundo que tenha se
tornado desenvolvido sem um “esforço concentrado” na educação.
“Nenhuma nação é capaz de se desenvolver sem alfabetização
na idade certa, sem creches para a população que mais precisa, sem educação em
tempo integral, sem ensino técnico profissionalizante, sem universidades de
excelência, sem pesquisa, ciência e inovação”, afirmou. “No meu tempo também
não tinha isso e foi por causa disso que peguei em armas. Essa juventude é
melhor do que a minha porque só pegas algumas palavras de ordem no Facebook e
depois transforma em cartazes. Eles estão de parabéns!”
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