Giba Um
Há dias, quando num momento de uma das manifestações em São
Paulo alguém derrubou a bandeira do PSTU e queria rasgá-la (um militante do
partido quase apanhou e escapou levando o que restara da bandeira), Rui Falcão,
presidente nacional do PT, exibiu um largo sorriso, lembrando que seu partido
nunca seria hostilizado. E resolveu mandar 200 militantes petistas, além do MST
e CUT, para a Avenida Paulista, conclamando sindicalistas e estudantes ligados
à legenda a participaram do movimento. Foram hostilizados, escaparam
rapidamente e a bandeira do PT foi rasgada. Falcão acha que foi o “pessoal da
oposição”.
É outra coisa
Nas redes sociais, depois da tentativa do PT pegar uma
carona nos movimentos de protesto, em São Paulo, prolifera uma espécie de aviso
ao pessoal: “PT nas ruas não é passeata, nem protesto: é arrastão, cuidado!”
De prontidão
Os relatórios secretos do Gabinete da Segurança
Institucional da Presidência, repletos da incompetência da Abin – Agência
Brasileira de Inteligência, que nem detectou manifestações combinadas nas redes
sociais, acabaram vazando, evidenciando o despreparo dos arapongas de plantão,
caindo no ridículo e comprometendo, de certa forma, a própria segurança de
Dilma Rousseff. O general José Elito, responsável pela área, vai devidamente
para a frigideira e os comandantes militares foram acionados. Sem maiores alardes,
as Forças Armadas, dependendo da região, estão em regime de semi-prontidão e o
serviços de inteligência do Exercito já entrou em cena para monitorar futuros
atos e informar diretamente o gabinete da presidente.
Do baú
Nas manifestações de São Paulo, Rio e outras cidades, vira e
mexe, aparecia alguém carregando uma faixa onde se lia Abaixo a ditadura. Até
José Serra, que anda um tanto encolhido e procurando novo apartamento para
morar em São Paulo, não resistiu: “A molecada deve ter tirado do baú de seus
pais”.
Bandeira luminosa
Na primeira grande manifestação na Avenida Paulista, o
prédio da Fiesp – Federação das Industrias de São Paulo, colocou em
funcionamento seu sistema de iluminação em sua fachada, semelhante ao
apresentado por prédios da Marginal na época de Natal, que acendia e apagava
formatos verde e amarelo, como se fossem pedaços da bandeira nacional. Nas
manifestações seguintes, a alegoria patriótica sumiu: há quem garanta que,
apesar do preço, deu pane. Era mais uma colaboração de Duda Mendonça para marcar
a presença de Paulo Skaf.
A outra Liberdade
O conhecido travesti Nany People que participa de programas
de TV, resolveu dar sua contribuição à onda de protestos que invade o Brasil e
usou seu Instagram para divulgar sua versão do famoso quadro de Eugène
Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo. Nele, aparece a figura de uma mulher,
seios à mostra, carregando uma bandeira à frente dos que fizeram a Revolução
Francesa (essa figura feminina, Marianne, virou símbolo da França). Na versão
de Nany, ela também aparece com os seios nus (resultado de silicone), com
algumas figuras masculinas por perto (e nus).
Cinco causas
O grupo Anonymous acaba de colocar no YouTube um
vídeo-manifesto (já visto por mais de um milhão de pessoas) com o título As Cinco
Causas. Na verdade, deveria ser “as cinco reivindicações”, a saber: não votação
da PEC 37; saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Senado;
investigação de irregularidades nas obras da Copa; aprovação de lei no
Congresso que transforme a corrupção em crime hediondo; e fim do foro
privilegiado para autoridades.
Aliado de Gilbertinho
Ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil, ex-advogado do PT
e hoje ministro do Supremo, Dias Toffoli, é considerado um dos aliados de
Gilberto Carvalho, secretário-chefe da Presidência, que Dilma Rousseff está com
muita vontade de rifar. Há dias, Toffoli acabou a quebra do sigilo bancário do
senador Lindbergh Farias, do qual Dilma gosta muito, num processo da época em
que o senador era prefeito de Nova Iguaçu. Houve quem entendesse que teria sido
uma represália à nomeação do novo ministro Luis Roberto Barroso, da qual ele só
tomou conhecimento pela TV.
No carnaval
A Unidos da Tijuca dedicará seu enredo, no carnaval do ano
que vem, a Ayrton Senna, por conta dos 20 anos de sua morte. Chama-se Acelera,
Ayrton e no último carro, quem reviverá a figura do piloto será seu sobrinho e
também piloto Bruno Senna. No mesmo carro, deverá estar Viviane Senna, irmã de
Ayrton e mãe de Bruno. Também foram convidados para participar do desfile
pilotos como Rubens Barrichello e Tony Kanaan, além de Xuxa Meneghel. Detalhe:
Viviane sempre foi aplaudida por suas pernas e ninguém sabe se irá exibi-las na
avenida.
Festa modesta
No próximo dia 26, Luis Roberto Barroso toma posse como novo
ministro do Supremo. Ele não quis grandes festejos: depois da cerimônia que
começará logo depois do almoço, haverá apenas um coquetel bancado pela Associação
dos Magistrados Brasileiros, OAB e Associação dos Procuradores do Estado do Rio
de Janeiro, que dividiram uma conta de R$ 75 mil. Barroso também pediu que
fosse divulgado o custo da festa. O governador Sérgio Cabral queria pagar a
toga, mas a tradição é que o próprio Supremo doe a vestimenta. Detalhe: no coquetel, haverá um telão porque,
às 16 horas, será disputada uma das semifinais da Copa das Confederações, em
Belo Horizonte.
Não tem cavalo
Nove entre dez cientistas políticos acham que a conta das manifestações
de protesto cairão no colo de todo mundo. A fatia maior será empurrada ao
governo federal, sobrando para todos os partidos que fazem parte da base
aliada, além do PT. Sequelas sobrarão para o prefeito Fernando Haddad e
candidatos petistas no ano que vem. Só que PSDB também prestará contas dos
serviços nos estado que governa, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Até o PSB de
Eduardo Campos será cobrado, tanto que o pré-presidenciável já tratou de tocar
obras de três hospitais públicos em seu estado. Marina Silva parece estar a
salvo, só que não tem cavalo para montar.
Frases de efeito
Blogs sérios e de humor estão elegendo as frases de efeito
que ganharam evidencia nas redes sociais, coletadas nas manifestações de
protesto em todo a país. Algumas: delas: “Quando seu filho ficar doente, leve-o
a um estádio”; “Era um país muito engraçado; não tinha escola, só tinha
estádio”; “Jogaram Menthos na Geração Coca-Cola”; “Seu gás de recalque bate no
meu vinagre e volta” e “Desculpe-nos o transtorno, estamos mudando o Brasil”.
Não é bem assim
O ex-presidente Lula está avisando que não sugeriu o nome de
Henrique Meirelles a Dilma para substituir Guido Mantega no Ministério da
Fazenda. Ninguém disse que ele sugeriu: o ex-chefe do Governo esteve reunido
com Meirelles no Instituto Lula e acha que ele seria o nome ideal para
recuperar a confiança do mercado. Versão original: Dilma mandou sondar Lula
para ver se ele queria mesmo a volta de Meirelles e ele disse que não. Nas
raras vezes em que estiveram juntos, o tratamento entre Dilma e o ex-presidente
do BC era mais que protocolar: ela o chamava de Doutor Meirelles e ele
respondia com Senhora presidenta.
Onda vermelha
Rui Falcão, presidente do PT, queria criar uma onda vermelha
nas manifestações de protesto e desde que surgiu a ideia, Lula era contra.
Depois que viu a bandeira do partido ser rasgada (e a cena foi mais do que
reexibida em todos os noticiosos de televisão da noite e da manhã seguinte), o
ex-presidente ligou para Falcão: “Eu não avisei? Agora, a onda fica vermelha só
se for de vergonha”.
Sem artistas
Quem acompanhou manifestações de protesto, especialmente
entre São Paulo e Rio, pode registrar raras presenças de artistas: entre elas,
Alessandra Negrini, Leandra Leal e Gisele Itiê.
Suspenso
Por enquanto, está suspenso o livro que Eike Batista
encomendou ao jornalista Alan Riding, brasileiro, filho de ingleses, que
trabalhava na Europa para o The New York Times, sobre sua trajetória de
sucesso, agora vitima de um tsunami financeiro. Ele já recebeu US$ 50 mil
adiantados e está esperando apenas um sinal para recomeçar o trabalho.
Currículo
A presidente Dilma Rousseff acaba de nomear o advogado
Cleber Lopes de Oliveira como juiz titular para o Tribunal Regional Eleitoral
do Distrito Federal. Ele defendia o bicheiro Carlinhos Cachoeira atuando na
equipe de Nabor Bulhões e foi Cleber que foi buscar o contraventor no presídio
da Papuda, em Brasília, quando foi solto por conta de um habeas corpus.
Desabafo
Em meio a reunião com ministros e outros funcionários do primeiro
escalão do governo, na semana passada, para discutir as manifestações de
protesto, a presidente Dilma Rousseff, que se mostrava apreensiva todo o tempo,
a certa altura, acabou desabafando: “Só falta o Brasil não ser o vencedor da
Copa das Confederações”.
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