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terça-feira, junho 25, 2013

Mulheres que honram o rolê: Marietta Maria Baderna


Mouzar Benedito

Nascida na Itália, em 1828, na cidade de Piacenza, filha do médico e músico Antônio Baderna, Marietta foi aluna do coreógrafo Carlo Blasis.

Estreou aos 12 anos em sua cidade natal, e logo integrava a companhia de dança do teatro Scala de Milão.

Nessa época a Itália estava fervendo politicamente, buscando a unificação, e ocupada pela Áustria.

Marietta era militante, seguidora de Giuseppe Mazzini, e obedecia a ordem da diretiva revolucionária de não participar da vida artística enquanto os austríacos estivessem na Itália.

Por perseguição politica, exilou-se com o pai no Brasil, em 1849.

Se estabeleceram no Rio imperial, e Marietta fez um sucesso danado no palco, conquistando o público do Teatro São Pedro de Alcântara.

Talentosa, de espírito rebelde e contestador, arrebatava o coração dos jovens “badernistas”, que era um grupo criado por fãs em homenagem a ela.

Segundo biógrafos, no início os cariocas usavam o termo baderna para indicar coisas muito belas.

Somente depois de a dança ser considerada fator de corrupção da juventude, a palavra assume os significados atuais.

Sempre à frente de seu tempo, Baderna se interessou pelos ritmos afro-brasileiros e saiu às ruas para ver o requebrar das mulatas.

Em pouco tempo foi considerada a musa do lundum, da cachuca e da umbigada, danças com movimentos bastante ousados para a época de dom Pedro 2º.

Era uma estrela de grande porte, rivalizando até com as divas do canto lírico.

Interessante que sempre que os moralistas tentavam boicotá-la (diminuindo seu tempo no palco, ou a colocando em segundo plano), os badernistas protestavam, batendo os pés no chão e interrompendo o espetáculo.

Ao término da apresentação, saíam do teatro batendo os pés e gritando o nome da musa: Baderna.

Havia quem dissesse que Marietta bebia demais e era viciada em absinto, além de ser muito namoradeira.

Triste que seu estilo transgressor e libertário tenha perdido para o conservadorismo.

Voltou com o pai para a Itália, e sua carreira entrou em decadência.

Morreu em 1870

Hoje seu nome é sinônimo de bagunça, confusão e desordem pública.


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