Mara Maravilha diz que
homossexualidade é uma aberração e dá seu apoio ao deputado Marco Feliciano
Eloá Paranhos
Meus amores! Como vocês estão carecas de saber, a titia Eloá
não faz outra coisa da vida além de ver TV, folhear revistas de fofoca e
visitar o facebook de meia em meia hora.
Acumulo muitos anos de observação arguta da indústria do
entretenimento, e por isto aprendi como as carreiras nascem, morrem e
ressuscitam.
Existem muitas maneiras de ficar famoso depressa.
Uma das mais consagradas é frequentar a cama daquele diretor
que é um verdadeiro lobo.
Outra é gravar um vídeo bem trash se candidatando ao BBB.
Se viralizar na internet, o felizardo nem precisar passar
pelos três meses de confinamento para fazer presença VIP em evento de shopping
do interior.
Mais complicado é conseguir que uma carreira que já morreu
pegue no tranco.
Ainda tem umas tontas que acham que serão redescobertas pela
mídia se posarem para a Playboy.
Só que existe um jeito bem mais fácil de bombar da noite
para o dia.
Basta seguir os seguintes passos:
1) Cave um convite para um desses programas de variedades a
que ninguém assiste. A RedeTV! está cheia deles. Aliás, a RedeTV! é uma
subcelebridade em forma de emissora: quase desprovida de talentos, mas faz
qualquer coisa para aparecer.
2) Lá pelas tantas, solte uma declaração homofóbica bem
cabeluda. Diga que os gays devem ser isolados em campos de concentração, ou que
a visão de duas pessoas do mesmo sexo se beijando lhe causa engulhos.
3) Controle o riso e diga que Daniela Mercury só mostrou sua
namorada no Instagram para se promover. Eu sei, eu sei: você é quem está
desesperado para se promover, hahaha, olha só que ironia. Engole esse riso,
vai.
4) Terminado o programa, acesse as redes sociais: voilà,
ninguém fala em outra coisa! Você já lidera os trending topics do Twitter e
está sendo vilipendiado no Facebook. É a glória! Está certo que quase todo
mundo só fala mal de você. Mas isto é melhor do que o silêncio sepulcral a
respeito da sua pessoa que reinava até ontem, não é mesmo?
5) No dia seguinte, engula o riso novamente, vista sua melhor
cara de pau e solte o seguinte comunicado à imprensa: “Estou sendo mal
interpretado. Tenho milhares de amigos gays. Até meu cabeleireiro é gay! Amo os
gays e eles me amam. Só manifestei a minha opinião, e vocês estão tolhendo a
minha liberdade de expressão. O perseguido aqui sou eu! Buááá, que injustiça”,
etc. etc.
Na pior das hipóteses, o roteiro acima lhe garantirá mais
alguns dias de exposição na internet. Talvez lhe conquiste novos fãs:
trogloditas que acham que vivemos uma ditadura gay ou fanáticos religiosos que
interpretam a Bíblia de maneira que justifique seus preconceitos.
Ou seja, tudo gente da melhor qualidade!
Agora, se você bombar mesmo, pode até sonhar com uma
candidatura a deputado federal.
Já pensou? Você no Congresso, ganhando dinheiro público para
propor curas de doenças que não existem! É a glória, maria!
Mas aqui vai um conselho de amiga: candidate-se logo, antes
que esses milhões de pessoas que saíram às ruas façam com que o Brasil mude
para valer.
Ou vai dizer que você viu nos protestos algum cartaz
atacando os gays?
ELOÁ PARANHOS, 67, é
ex-funcionária pública e aposentada desde os 35 por invalidez (machucou o dedo
anular esquerdo num acidente de bocha). Passa os dias vendo TV, folheando
revistas de fofoca e recebendo mensagens em código. Torce pelo Juventus.
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