Caro leitor, o único
solteiro que vai até a feira e consegue conhecer e comer uma gostosa no caminho
é o Hank Moody
Ricardo Laganaro
Desculpe amigo, ela não ia ver nada que já não estivesse
vendo.
Fico impressionado como a maioria dos homens que
namora/casa/se enrola/etc. e tal, por um tempo razoável, começam a se sentir
como grandes pegadores reprimidos.
Só porque já estão há um tempo com o “burro amarrado na
sombra”, sentem que o mundo se transformou num cardápio delicioso de mulheres
ao seu dispor que, infelizmente, eles não podem apreciar pela sua condição de
“commited” (como dizia o orkut).
Não, amigos indisponíveis! Elas não estão ao seu dispor. Se
você se esforçar um pouco pra se lembrar, quando solteiro você passava tanta
vontade ao sentar num bar no verão, numa tarde de domingo na Vila Madalena,
como passa agora, ao tentar disfarçar da sua pequena o olhar praquela morena
gostosa de vestidinho, que teima em passar na sua frente o tempo todo, SÓ pra
te provocar (nada a ver com o fato dela ser a garçonete daquela área do bar,
imagina…).
Ok, devo reconhecer que o parágrafo anterior não se aplica
ao Ricardo Mansur, Rodrigo Santoro, George Clooney e mais 3 ou 4. Mas,
excluindo esses caras, todos nós, homens desgraçadamente comuns, não fazemos
porcaria nenhuma em 90% dessas situações. A única vantagem da solteirice, no
caso, é poder olhar pra tal morena sem táticas canalhas de disfarce.
O problema é que nos outros 10% fazemos algo. E aí
dependendo das condições normais de temperatura e pressão a bola entra. Gol!!
E são essas bolas que criam a tal “Falácia do Solteiro”.
Realmente existem noites (e dias) na solteirice, que seriam
dignas de serem contadas pelo Hugh Hefner. Todo homem solteiro tem seus
momentos. O grande problema é se enganar sentenciando a coitada da
namorada/esposa/rolo/etc. e tal, como a grande culpada pela privação desses
momentos mágicos.
Mentira. calúnia, infâmia, difamação!
A moça não tem nada com isso, amigo. Você não ia fazer nada
com a garçonete. Eu garanto. Se o relacionamento está bom, dê valor àquela que
está com a mão repousada na sua coxa, mesmo você olhando praquela mocréia com
um vestido breeega, que você ganha mais.
E pra piorar, existe a fase 2 (e mais perigosa) dessa
falácia: o fim de relacionamento.
Conheço muitos caras que depois de décadas pra conseguir
sair de um relacionamento doentio, daqueles que só existiam de verdade no
status do Facebook, começam a questionar a solteirice, reconsiderando voltar
pro inferno que estavam. O motivo?
– Num tenho ninguém pra sair esse sábado! Se for pra ficar
sozinho, volto pra Fulana (também conhecida como aquela que xinguei pelos
últimos 9 meses da minha vida).
Então, animal! É assim que funciona. Lembra que você vivia
reclamando dos sábados que tinha que sair com aqueles amigos idiotas da mala da
sua namorada? Pois bem, na solteirice vão existir noites tão chatas como
aquelas (e você aí reclamando, sendo que seu PS3 ainda está coberto de pó e já
faz 2 semanas que você acabou o namoro!).
Enfim … não sou a favor da solteirice, nem do
comprometimento. Apenas sou a favor das coisas feitas pelos motivos certos.
Se está com alguém e na média a relação está legal. Fique
feliz! Isso é cada vez mais raro.
Se está solteiro, curta!
E aproveita o lado bom disso sem medo, mesmo que a carência bata na
porta de vez em quando.
A sabedoria está em se reconhecer que mesmo com os motivos
certos (seja comprometido, seja solteiro) terão momentos que o outro lado vai
parecer muito mais divertido.
E não se pode culpar ninguém por isso. É assim
que as coisas funcionam. Não se pode ter tudo.
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