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sexta-feira, agosto 08, 2014

O sexo não acaba na broxada


Por mais que autoestima esteja caída, assim como o pau, a coisa não pode acabar aí

Daniel Bovolento

Enquanto alguns caras morrem na praia no exato momento em que a ereção os abandona, outros percebem que a batalha na cama está apenas começando. Não tem papo que incomode mais um macho do que esse. É aquele terror comparativo, aquele pânico que bate e parece pesadelo distante pros que nunca experimentaram.

Alguns dizem que isso nunca aconteceu, outros batem pé e suam frio dizendo que nem pensam nisso. Cá entre nós, rapazes, a maioria já sofreu algum episódio de broxada. Daquelas feias mesmo. Não há do que se envergonhar, a broxada atinge as camas de diversos casais pelo mundo todos os dias. O que a gente precisa entender é que:

Não existe receita pro sexo perfeito, mas se tem algo que eu posso recomendar é uma boa dose de paciência na gestão da crise. Se você começar a se atracar com a guria do teu lado desesperadamente torcendo pra levantar, ou se ela continuar os serviços com euforia de uma atriz pornô sem nem ligar pro que tá se passando, acabou ali. Não precisa de conversa, DR ou consulta psicológica na hora. O ideal é respirar fundo e bola pra frente, vamos aos atos.

O grande problema da maioria dos homens é sentir-se incapaz por não contar com seu maior aliado. E é aí que a gente erra. A gente erra por achar que sexo é feito de penetração e por concentrar todas as nossas forças em ereções e estocadas.

Esse erro clássico já foi Calcanhar de Aquiles pra muitos caras. Essa galera resume suas habilidades e autoconfiança ao instrumento – e se preocupa tanto com broxada quanto com tamanho, grossura, aspecto e tudo mais sem nem lembrar que a medicina já vende ereções instantâneas e que qualquer ser humano no planeta pode tê-las.

Ou seja, o diferencial de um cara hábil se encontra nas outras coisas que ele traz pra cama, não no seu pênis. A confiança também deveria residir nessas outras coisas e na busca pelo prazer. Garanto que 90% dos problemas com broxadas terminariam, já que tudo tem seu ponto focal na concentração e no psicológico abalado.

Por isso a mulherada recomenda que além de jogar buraco e truco, você também seja um ás na arte das preliminares. Papo antigo esse, eu sei, mas necessário. A gente chama de preliminar, mas não tem essa de que tem que ser no comecinho de tudo. O importante é entender como isso acontece, não quando. Conquista-se uma mulher - na vida e na cama - pela boca e pelo tato. E o duplo sentido nisso existe justamente pra te lembrar de que uma canoa não se faz só com pau.

Por isso, dedique-se a botar essa cara barbada no meio das pernas dela e brincar com a tua guria. Ela vai gostar de saber que você não parou tudo por conta própria e que sabe dar prazer de diferentes formas pra ela. Entretenha-se e relaxe. Aos poucos você vai entender melhor de ritmo, precisão, intensidade e tudo aquilo que achava que só dava pra sentir se tivesse no meio da penetração.

Se já manja dos paranauê, tudo bem, boca (e mãos) à obra do mesmo jeito. Ela vai se surpreender e achá-lo ainda mais incrível por não ter se entregado ao problema e deixado pra lá. Quando você perceber, já vai estar de volta ao jogo e vai ter sido tão bom quanto se tudo tivesse continuado. Ou vai entender que existem vários modos para se chegar ao prazer a dois sem precisar, necessariamente, ir pelo caminho mais duro.    

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