GROUPIE
ou Tiete – Como é mais conhecida nos trópicos.
Maluquetes entre onze e vinte e cinco anos, geralmente. Eu disse
geralmente porque tem também muita velha debilóide. O negócio das
groupies, pelo menos nos tempos que andei pela Inglaterra, era
dar pra cantor de rock, artista de cinema e jogador de futebol.
Em
1974 estive numa festa onde também estava o Mick Jagger. O mulherio
quase arrancou o peru do cara.
Frank
Zappa, que foi o líder do conjunto Mothers of Invention, disse para
a revista Rolling Stone que suas groupies tinham entre doze e
quatorze anos. E mais: “Um dia gravei uma doidinha dessas em
delírio dizendo que ia esfaquear a minha mulher para poder ficar
comigo”.
Certas
groupies mantêm cadernos de anotações sobre o seu ídolo,
como tamanho do pau, comprimento do cabelo, cheiro do corpo, número
de ejaculações, droga preferida, etc.
Countryjoe, que fez a trilha sonora do filme dinamarquês Quite Days in Clichy, baseado no livro de Henry Miller, me disse: “Essas garotas são incríveis. Se você tirar o pau pra fora e pedir para chupar, as outras fazem fila”.
Countryjoe, que fez a trilha sonora do filme dinamarquês Quite Days in Clichy, baseado no livro de Henry Miller, me disse: “Essas garotas são incríveis. Se você tirar o pau pra fora e pedir para chupar, as outras fazem fila”.
No
Brasil vocês viram mães idiotas levarem as filhas para mostrar os
peitinhos para esse grupo de viadinhos chamado Menudos.
Não
percebem que quando transformam suas meninas em adultas antes do
tempo, estão fazendo o jogo da sociedade de consumo.
Sociedade
que quer que garotas que deveriam estar brincando com bonecos comecem
logo a comprar cosméticos, saias, sapatos, camisetas e vestidos
caros.
A
maioria é pobre, não tem pai pra pagar esses luxos. Daí a
encontrar um pedófilo (tarado que se amarra em criança) qualquer e
partir para a prostituição é um pulo.
Na
Europa e nos Estados Unidos as garotas vítimas dessa doença viajam
por vários países e estados na esperança de deitarem na mesma cama
que seu cantor, ator ou atleta preferido.
Chegam
a se prostituir para não perderem o ônibus, trem ou avião e –
parece mentira – depois de algum tempo, viajando sempre em grupos,
as groupies ou tietes acabam por comer umas às outras e
verificam que bom mesmo é mulher.
Estão
duvidando? Então dêem uma olhada na fila do gargarejo quando
algumas das nossas cantoras se apresentam.
Para
mim é uma forma de fanatismo masoquista: transferem a
responsabilidade da vida delas para um cantor ou uma cantora que
precisam das groupies quando estão em início de carreira,
mas que quando estão no auge botam os cachorros atrás delas.
Vão
por mim, leitorinhas: ser tiete não é uma boa.
GUEIXA
– Jovem japonesa treinada para diversão e prazer sexual. Aliás,
usei mal o verbo treinar, pois a verdade é que essas moças estudam
durante anos para a prática da profissão e só depois de diplomadas
é que podem exercê-la. Negócio de profissional.
A
palavra teve origem no século XVIII e no princípio havia duas
classes de gueixas: as haori e as korobi.
Haori
quer dizer jaqueta em japonês e essas moças permaneciam vestidas o
tempo todo e recusavam-se a vender seu corpo, ou seja, não eram
completas. O ramo delas era contar anedotas, tocar harpa, cantar,
servir chá, escrever poemas, etc. Tudo menos botar aquilo naquilo.
Já
korobi quer dizer sexualmente disponível, ou seja,
historinhas, musiquinhas, dancinhas, chazinhos, harpinhas e mais
aquilo naquilo. Para dizer a verdade, hoje em dia só existem
korobis. Também era muita covardia.
A
maiko, aprendiz de gueixa, é levada por seus pais, ainda
criança, para a okazan (gerenta) de uma universidade gueixal
legalmente reconhecida e que um ou outro leitor mais grosso chamaria
de randevu ou puteiro, simplesmente. Lá, durante sete ou oito
anos, aprendem as artes da feminilidade (nada a ver com feminismo),
quer dizer, aprendem o que devem fazer para agradar ao homem.
Há
as que ficam para a segunda época ou levam pau no vestibular, o que,
no caso japonês, significa que não levarão pau.
Durante
o curso elas aprendem a manejar o harigata, uma espécie de
piroca de marfim que pode ter de 15 a 30 centímetros, e o
knomichinju, também conhecido como pérolas do prazer.
Trata-se
de um cordão com bolas de jade a 5 centímetros umas das outras. O
cordão, com todas as bolas é colocado no popô da gueixa (às vezes
do freguês, no caso dele ser meio perobo) e puxado para fora com
muitas ternura na hora do orgasmo ou ejaculação ou – como elas
preferem dizer – na “hora da nuvem e da chuva”.
Aprendem
ainda a colocar na base da iguaba do senhor e mestre o himitsu-kava, um anel de couro (não o que vocês estão pensando, seus
tarados) que mantém a ereção após a primeira, a segunda, a
terceira e, às vezes, até depois da quarta.
São
ensinadas a manejar dezenas de outros instrumentos de sacanagem que
não vou enumerar por falta de saco.
Finalmente
diplomada aos quinze, dezesseis anos, a gueixa é rebatizada, ocasião
em que ganha nomes como “lágrimas de jade”, “orvalho suave”,
“botão de cerejeira”.
Então
ela pode escolher ser vendida para um senhor pela soma equivalente a
uns 5 milhões de cruzados ou receber clientes na casa da gerenta, ou
cafetina para os leitores menos sofisticados.
Se
for vendida, ela vai para a residência do comprador como concubina e
é recebida com todas as honras pela esposa legítima.
Experts
em todo o tipo de escalada sexual, até hoje, porém, as verdadeiras
gueixas não admitem nem o fellatio nem o cunnilingus,
pois, segundo elas, a boca foi feita para comer e fim de papo.
Aliás,
os primeiros beijos no Japão foram vistos através dos filmes
americanos depois da Segunda Guerra Mundial.
Embora
a linha que separa a gueixa da jono (prostituta) seja
cada vez mais tênue, ainda existem cerca de 18 mil delas em Tóquio:
sete para cada mil japoneses.
HAMILTON,
Alexander (1755-1804) – Filho ilegítimo, foi educado
para ser um aristocrata pela família de seus pais adotivos. Nascido
e criado nas Ilhas Britânicas Ocidentais, em 1772 já estava em New
York, no King’s College (hoje a Universidade de Columbia). Foi o
panfletário mais brilhante do seu tempo a defender a causa da
independência americana e aos vinte e um anos era capitão de
artilharia de New York.
Foi
tão competente que em menos de um ano já era o auxiliar nº 1 do
general George Washington.
Depois
da guerra, casou-se Alice Schuyler, dedicou-se à advocacia e foi o
representante de New York na convenção constitucional da Filadélfia
em 1787.
Para
assegurar a aprovação da nova Constituição (ela existe até hoje.
Nada a ver, portanto, com a colcha de retalhos brasileira, uma
autorização aos ricos para sugar o sangue dos pobres até a morte)
escreveu juntamente com James Madison e John Jay os oitenta e cinco
ensaios de O Federalista, que se tornaram clássicos da
literatura política e deram forma política aos Estados Unidos.
Aprovada
a Constituição, ele serviu sob as ordens do presidente Washington
como primeiro secretário do Tesouro (1789-95), criou o Banco dos
Estados Unidos e estabeleceu o crédito interno e externo da nova
nação.
Líder
do Partido Federalista, se viu preterido como candidato a presidente
da República em favor de John Adams, que foi eleito e novamente
reeleito em 1800.
Quando
Jefferson e Burr receberam o mesmo número de votos na campanha
daquele ano, Hamilton persuadiu os federalistas que queriam votar em
Burr a transferirem seus votos para Jefferson.
Em
1804, igualmente, prejudicou a campanha de Burr para o governo de
New York. Desta vez Burr o desafiou para um duelo e contra todas as
expectativas (era um excelente esgrimista e um atirador melhor
ainda), acabou sendo morto por ele.
Em
todas as universidades americanas, este jovem revolucionário,
advogado, político, guerreiro, homem de letras, economista, corajoso
e boa-pinta, desde há muito é considerado uma das dez
personalidades mais importantes da história americana.
Certamente
figuraria neste dicionário não fora uma carta que escreveu ao seu
companheiro de armas John Laurens, um ano mais velho:
“Meu
querido Laurens... eu gostaria de ter o poder – quer por ações,
quer por palavras – de convencê-lo do meu amor. Te digo apenas que
até você me dar adeus eu mal sabia o quanto você havia ensinado ao
meu coração. Você sabe minha opinião sobre os homens, o quanto
desejo preservar minha liberdade de qualquer compromisso e manter
minha felicidade independente do capricho dos outros. Você não
deveria aproveitar-se da minha sensibilidade e roubar o meu afeto sem
o meu consentimento. Mas uma vez que você trabalhou muito bem e como
devemos ser indulgentes em relação àqueles que amamos, eu não
terei escrúpulos em perdoar a fraude que você cometeu com a
condição de que por mim, senão por você, você continue a merecer
essa parcialidade que com tanto engenho instilou dentro de mim”.
E
esta foi apenas uma das muitas cartas que Hamilton escreveu a Laurens
que, estranhamente, também foi morto num duelo vinte e dois anos
depois.
O
que disse o biógrafo de Hamilton, John C. Miller, quando as cartas
foram descobertas: “A amizade dos dois rapazes era como a de Damon
e Pythias”.
Estes
eram filósofos gregos da escola pitagórica que viviam em Siracusa
cerca de 400 a.C. Eram famosos pela estreita amizade que os unia. Em
virtude de falsas testemunhas, o rei Dionísio condenou Pythias à
morte.
Ele
pediu ao rei o tempo equivalente a duas semanas para saldar alguns
compromissos. Durante a sua ausência, Damon ficaria em seu lugar e
em seu lugar seria morto, caso ele não voltasse.
No
dia marcado, Pythias retornou e o rei admirou tanto o seu
procedimento que perdoou tudo e pediu para ser amigo dos dois
filósofos.
Eram
viados? Só sei que ambos teriam respondido: “Ser seu amigo,
majestade? Preferimos a morte!”
E
agora?
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