MARIA
LUÍSA (1751-1819) – Não era
flor que se cheirasse, mas como era também rainha da Espanha e
sofria de coceiras-vaginalis, o pessoal só não cheirava,
como tocava, beijava, lambia e comia. Era neta de Luís XV (aquele
que tinha um harém só pra ele, lembram?) e mulher de Carlos IV.
A putaria, aparentemente, estava no sangue. Chegou a ser engraçadinha quando jovem e logo depois de casada disse a Carlos: “Vai, Carlos, ser corno na vida”. Aliás, minto. Ela não disse, mas pensou.
A putaria, aparentemente, estava no sangue. Chegou a ser engraçadinha quando jovem e logo depois de casada disse a Carlos: “Vai, Carlos, ser corno na vida”. Aliás, minto. Ela não disse, mas pensou.
Imaginem
que pra poder fuder em paz ela criou a sua própria corte, onde
traçou, entre outros, don Juan Pignatelli, o conde de Tebas, o duque
de Abrantes. Não confundir com o marquês de Abrantes, que é uma
rua no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Carlos
IV, além de corno era burro. Imaginem que um dia fez o seguinte
comentário: “Se as rainhas se sentissem tentadas a pecar, onde
encontrariam reis e imperadores para pecarem com elas?”
Para
Maria Luísa, entretanto, qualquer pé-de-chinelo servia, desde que
ela estivesse com apetite.
A
grande paixão da sua vida, porém, foi Manuel de Godoy, um
nobrezinho de merda, da província, dezesseis anos mais moço que
ela.
Não
era particularmente inteligente e nem boa-pinta. Aos vinte e cinco
anos, porém, já havia sido nomeado primeiro-ministro. É que o seu
único talento – aquele que interessava a
Maria Luísa – estava oculto.
O
dia de Godoy era mais ou menos assim: tomava café e comia a rainha,
despachava com os ministros, comia a rainha, almoçava, comia a
rainha, praticava equitação, comia a rainha, praticava esgrima,
jantava e comia a rainha. Aliás, o seu quarto era ligado ao dela por
uma escada secreta.
O
chato é que a rainha foi ficando cada vez mais feia. Antes dos
quarenta anos já tivera doze filhos (alguns com Godoy), estava
desdentada (não sobrou um dente para contar a história) e
macilenta.
A vontade de levar ferro, porém, só fazia aumentar.
A vontade de levar ferro, porém, só fazia aumentar.
Para
piorar a situação, o mulherio da corte vivia dando em cima do
Godoy, que ainda fazia horas extras com uma plebeia chamada Pepita.
Para
evitar que continuasse comendo a Pepita, Maria Luísa o obrigou a se
casar com Maria Tereza de Valabrige, condessa de Chinchon, em 1797.
Godoy,
porém, continuava visitando os lençóis da Pepita, com quem também
chegou a ter dois filhos.
Quando
Godoy se ausentava, a rainha comia o que estivesse à mão.
Um
dia encheu tanto de presentes um membro da sua guarda que o próprio
rei corno estranhou e perguntou para Godoy, o amante oficial: “Quem
é este cara?”
E o gigolô gozador: “É sustentado por uma velha rica e desdentada”.
E o gigolô gozador: “É sustentado por uma velha rica e desdentada”.
Não
é preciso ser muito perspicaz para compreender que com uma rainha
puta, um rei corno e um primeiro-ministro que só tinha tempo pra
fuder, a Espanha estava naquela época quase tão bem como o Brasil
em 1988.
Diante
disso, Napoleão encheu o seu saquinho, que era realmente mínimo
(ver verbete de Ishida Kichizo) e botou um dos seus irmãos no trono
espanhol.
Maria
Luísa, Carlos IV, Godoy e sua mulher, Pepita e seu marido foram
todos viver no exílio em Roma.
Primeiro
morreu Maria Luísa, talvez por excesso de trolho, depois seu marido,
por excesso de chifres, depois a mulher do Godoy e, finalmente, o
marido da Pepita.
Godoy
e Pepita casaram e três semanas depois ela descobriu o idiota que
ele era sem o título de primeiro-ministro e lhe deu um pé na bunda
MASOQUISMO
– Já tinha nego adorando ser humilhado e
só gozando na base da porrada, antes mesmo do Homero pensar em
escrever a Ilíada (se é que ele existiu e, se existiu, se é
que escreveu a Ilíada). Dizem até que Vulcano só conseguia
ter uma ereção depois de Vênus ter trepado com meio Olimpo.
Só que os antigos não sabiam que eram masoquistas, pois ninguém os informou. É que a palavra é recente. Trata-se de uma homenagem a Leopold von Sacher-Masoch (1836-1895), que só descobriu que era masoquista aos oito anos.
Só que os antigos não sabiam que eram masoquistas, pois ninguém os informou. É que a palavra é recente. Trata-se de uma homenagem a Leopold von Sacher-Masoch (1836-1895), que só descobriu que era masoquista aos oito anos.
Um
dia, brincando dentro de um armário, o sacaninha descobriu sua tia
Zenóbia agasalhando o paranaguá do amante na sua caravalha. Se
tivesse ficado quietinho seria apenas mais um reles voyeur.
Ele, porém, se entusiasmou tanto que começou a fungar alto.
Descoberto,
tia e amante baixaram lhe as calcinhas e lhe deram uma surra de vara
de marmelo. Ele gostou e a partir deste dia dedicou sua vida a fazer
com que os outros o cobrissem de porrada. Sentimento de missão não
se discute!
Mas
sobre a vida dele eu falo no verbete dele. Ordem, portanto, e nova
linha.
Em
Estocolmo, há alguns anos, eu vi um número de sadomasoquismo onde
um sujeito era amarrado, amordaçado, chicoteado pra valer por uma
mulher de calcinhas, meias e sutiã pretos, além de sapatos de
saltos altíssimos.
Depois
de dar umas vinte vergastadas no infeliz, a mulher picava todo o
corpo dele com alfinetes e amarrava uns pesos no seu saco. Pouco a
pouco o cheio de varizes do sujeito começava a se assanhar.
Nessa
ocasião, a mulher desamarrava uma das mãos do escravo e ele se
masturbava. Lógico, se ela deixasse ele comê-la, não seria mais
masoquismo, e se não fosse mais masoquismo, o cara brocharia.
Tratava-se de um mamastu: masoquista masturbador.
Tem
masoquista, porém, que exagera: quer ser cagado, mijado, castrado.
Muitos anos antes de Masoch nascer, uma prostituta inglesa, Susanne
Hill, foi julgada pelo homicídio de um músico chamado Hans
Kotzwarra.
No
tribunal, ela explicou que ele pedira para que ela lhe cortasse o pau
fora. Ela, boa moça, prendada, naturalmente se recusou. Então ele
pediu uma bobagem:
–
Me enforca, só de brincadeira!
Ela
topou, mas deu um nó tão forte no pescoço do maluco que ele
morreu. Mas morreu, segundo ela, numa boa!
A
psicanálise moderna tem várias teorias para o masoquismo, embora
não tenha nenhuma teoria para a psicanálise.
A
mais conhecida é a de que um profundo complexo de culpa impede o
masoquista de ter um relacionamento sexual normal. O prazer só pode
ser adquirido se pago através da dor e da humilhação.
O
masoquista, por sua vez, se exime de qualquer responsabilidade sobre
a sua vida e a vida do mundo, uma vez que é amarrado, supliciado e
se limita a obedecer ordens.
Infelizmente,
não tenho mais espaço para este verbete, mas sugiro aos pais mais
trogloditas que pensem antes de bater nos filhos e filhas, pois podem
estar criando um masoquista que durante a vida inteira vai encher o
saco de todo mundo até ser coberto de cacetadas.
MASTERS,
William (1975- ) – JOHNSON, Virgínia (1925- )
– Ele é um ginecologista careca que descobriu que pouco se
sabia sobre o comportamento sexual da mulher. Poderia ter perguntado
à própria, mas aparentemente ele queria um número maior de
respostas. Ela havia trabalhado em publicidade quando se candidatou a
ser sua secretária. Era bonitinha, voz macia e bem-feita de corpo. O
que eles tinham em comum: curiosidade sobre a vida sexual dos outros.
Em
1954, quando se conheceram, ela já estava divorciada do marido e
tinha dois filhos. Ele continuava casado.
O
programa consistia em botar casais para fuder literalmente num quarto
cheio de gravadores, câmeras fotográficas e cinematográficas,
aparelhos de medir a pressão e eletrocardiógrafos.
Quando
as mulheres não estavam trepando, o casal fazia com que elas se
masturbassem. Atingindo o orgasmo, cobriam suas cobaias de perguntas.
Foram
mais de setecentos homens e mulheres que procuraram ejacular e ter
orgasmos para deleite do William e da Virginia.
Quando
as mulheres não orgasmavam com a ajuda dos paranaguás (ou eram
caravalhas? Vou inventando esses neologismos e depois esqueço como
eu batizei o quê), os bons doutores botavam a mulher de costas e a
faziam ser penetrada por uma máquina de fuder elétrica.
Ao
todo, eles devem ter testemunhado uns 10 mil orgasmos.
Eis
algumas das suas conclusões publicadas no livro Human Sexual
Response, que apareceu nas livrarias em 1956 e vendeu, de cara,
mais de 250 mil cópias a dez dólares cada uma:
a)
Quando excitado, o pau do homem fica duro e as paredes da xota da
mulher se lubrificam. Os ovos do homem sobem enquanto o seu saco se
encolhe. Os pequenos e grandes lábios da mulher, bem como o clitóris
e os seios, incham, enquanto que o interior da vagina se torna mais
espaçoso.
b)
Aumentam a pressão sanguínea, a pulsação e a respiração.
c)
Quando o homem ejacula, a vagina se contrai. As contrações em ambos
os sexos ocorrem no princípio a cada 1/2 de segundo e depois a
intervalos cada vez maiores. As contrações variam entre 3 e 12 até
um recorde de 25 em 43 segundos. Há uma correlação entre o número
de contrações e a intensidade do orgasmo.
d)
Não há nenhuma diferença fisiológica entre orgasmo vaginal e
orgasmo clitorídeo. Isso deixou os filhos de Freud do mundo inteiro
chateados pois, segundo o velho, o orgasmo vaginal é maduro e o
orgasmo clitorídeo (iano) é imaturo.
e)
Os orgasmos mais intensos ocorrem através da masturbação e muitas
mulheres são multiorgasmáticas. Algumas, com um vibrador elétrico,
chegam a gozar umas vinte vezes numa hora.
f)
À medida que as pessoas envelhecem, o interesse sexual muda, mas não
acaba. Os homens levam mais tempo para levantar o pau, mas em
compensação levam mais tempo para gozar. As mulheres tendem a ficar
mais secas por dentro e necessitam de contínuo estímulo para
funcionar adequadamente.
Certa
vez, depois de uma sessãozinha de sacanagem, o William olhou para a
Virginia e pensou: “Acho que vou master o johnson dela”. Pensou e
mandou ver. Casaram-se no dia em que ele conseguiu se divorciar:
1972.
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