VILLA,
Pancho (1878-1923) – Bom sacana! As mulheres que ele não
conseguia comer na conversa, comia na marra. Apesar disso, juntamente
com Emiliano Zapata, foi o grande herói da revolução mexicana
iniciada em 1910.
Corajoso, grande estrategista, foi também objetivamente cruel. Imaginem que matou mais de oitenta mulheres e crianças que viviam no seu próprio acampamento, pois elas atrasavam a marcha das tropas.
Mesmo assim, é o personagem que mais se aproxima da descrição de Robin Hood, o aventureiro que roubava dos ricos para dar aos pobres.
Infelizmente, no Brasil temos apenas Nibors Doohs, ou seja, Robins Hoods ao contrário, que roubam dos pobres para dar aos ricos.
Corajoso, grande estrategista, foi também objetivamente cruel. Imaginem que matou mais de oitenta mulheres e crianças que viviam no seu próprio acampamento, pois elas atrasavam a marcha das tropas.
Mesmo assim, é o personagem que mais se aproxima da descrição de Robin Hood, o aventureiro que roubava dos ricos para dar aos pobres.
Infelizmente, no Brasil temos apenas Nibors Doohs, ou seja, Robins Hoods ao contrário, que roubam dos pobres para dar aos ricos.
Villa
tinha 1,80m de altura, cabelos pretos ondulados, um bigode do tamanho
do do Sarney e uma cara de idiota, pois, sofrendo de adenóides, não
conseguia fechar os lábios. Muita gente morreu por não entender que
o dono da cara de idiota não era idiota.
Não
se pode acusá-lo de ter sido feminista, mas como ele mesmo dizia,
“me gusta casar”. E gostava mesmo de casar. Tanto que casou
setenta e cinco vezes. Nem esperava uma mulher morrer para casar com
outra. Era um verdadeiro polígamo.
Um
dia lhe perguntaram: “Como el general”, patente que se
autoconcedeu, “consegue padres para casá-lo?” Resposta: “Es
simples. Digo a el padre que sino me casa le meto una bala en la
cabeza”.
Villa,
que em verdade se chamava Dorotéo Arango, usava o pseudônimo porque
teve que fugir de casa aos quinze anos, depois de matar o cara que
tinha comido a sua irmã. Deve ter pensado: “Se comeram a minha,
vou comer a dos outros”.
Certamente
não era o que se poderia chamar de marido fiel, mas exigia
fidelidade das suas mulheres.
Às
vezes não casava, quando as mulheres já eram casadas, por exemplo.
Adelita
– quem não conhece a famosa canção-símbolo da revolução
mexicana? – era mulher de um dos seus soldados. Ele a surpreendeu
na cama com Villa. Em vez de dar um tiro nos dois, imaginem o que fez
o corno idiota? Deu um tiro nos próprios cornos.
Chateado,
Villa mandou Adelita se coçar nas ostras. Sorte dela, pois ele
poderia tê-la matado, uma vez que era de opinião que “las mujeres
infieles deben ser muertas”
Manteve
durante toda a vida uma incrível tesão por sua primeira mulher –
Manuela Casas –, que morava na cidade de Parral.
De
quinze em quinze dias ia visitar a cama de “la senõra”. Seus
inimigos sabiam disso.
No
dia 20 de julho de 1923, ano do nascimento de Stanislaw Ponte Preta,
que não tem nada a ver com esta história, o pessoal que não ia com
a cara do Pancho deixou-o comer Manuela durante horas.
Quando
ele saiu e embarcou no seu Dodge do ano, levou treze tiros no peito
para aprender a não querer ser mais macho que os outros.
VIRGINDADE
– Como a dos jornalistas independentes, a classe das virgens está
em plena extinção. Principalmente depois do advento da pílula.
Há na Dinamarca, em pleno centro de Copenhague, a estátua de um soldado prestes a soprar uma corneta.
Diz a lenda que ele a soprará quando passar à sua frente uma virgem com mais de quinze anos. De virgem mesmo, só a corneta, que jamais emitiu um som.
Há na Dinamarca, em pleno centro de Copenhague, a estátua de um soldado prestes a soprar uma corneta.
Diz a lenda que ele a soprará quando passar à sua frente uma virgem com mais de quinze anos. De virgem mesmo, só a corneta, que jamais emitiu um som.
Mas
vamos à virgindade propriamente dita.
Quando
levada a sério, pode ser classificada como um estado de total
inexperiência sexual.
Quando
a serviço da hipocrisia e do falso moralismo, é a história da
mocinha que deu todos os orifícios menos aquele.
A
importância dada à virgindade, principalmente a feminina, varia de
cultura para cultura.
Os
povos antigos davam pouca importância ao assunto, embora os árabes,
até hoje, considerem as não-virgens inaptas para o casamento.
Estas
firulas, evidentemente, acontecem com as filhas de pais pobres que
chegam a gastar um dinheirão para convencer o médico a passar um
atestado afirmando que a moça perdeu a virgindade sem que houvesse
contato sexual.
Eis
as estimativas levadas a efeito nos Estados Unidos: em 1920 cerca de
70% da população feminina chegava virgem ao casamento.
Trinta
anos depois apenas 40% era virgem e, provavelmente, todas feias.
Hoje
em dia as virgens não chegam aos 10%.
E
tem mais: a maioria das garotas modernosas dos grandes centros como
Roma, Paris, Londres, New York, Los Angeles e – palmas para ele que
ele merece – Rio de Janeiro têm vergonha de se confessarem
virgens.
Com
a aparição do vírus da AIDS, há uma possibilidade da virgindade
voltar à moda. Melhor ser quadrada que defunta.
Pessoalmente,
acho que se trata de uma questão de hábitos, costumes, tabus, com
os quais não se deve interferir e que tem seu tempo de vida.
Do
mesmo modo que compreendo que um casal jovem não queira se arriscar
a um casamento sem antes testar sua compatibilidade sexual, também
entendo que uma jovem – e até mesmo um jovem – queira manter a
sua virgindade até o casamento.
O
que é criminoso é querer impingir, através de novelas cretinas de
televisão, os hábitos de Ipanema nas pequenas cidadezinhas do
Nordeste.
Observem
este primor de hipocrisia na Inglaterra vitoriana, quando era
inconcebível a ideia de uma jovem não casar virgem: os javalis
taradões da sociedade inglesa pagavam os tubos para as donas de
puteiros lhes arranjarem donzelas para serem defloradas.
Cada
bordel tinha um médico de plantão para recosturar a “virgem”
assim que o freguês saísse. Esta mesma virgem seria desvirginada
por outro tarado no dia seguinte. Todo mundo ganhava muita grana, mas
devia doer pacas.
De
qualquer modo, aí vai um aviso para moças e rapazes: uma jovem pode
romper o hímen sem fazer amor ou pode fazer amor sem romper o hímen.
A
moralidade, a justiça, a fraternidade de uma sociedade independem de
uma membrana. Uma coisa, porém, é certa: a membrana está lá por
algum motivo e é frágil.
Quando
tinha menos de vinte anos escrevi um poeminha para uma adolescente.
Era mais ou menos assim: “Não vende esta flor que nasce entre as
coxas tão cedo na feira, menina! Há um jardineiro só para ela. Ele
virá em silêncio e na hora certa, o reconhecerás”. Esses
troços...
VOYEURISMO
– O voyeur está para o exibicionista assim como
o sádico está para o masoquista. Um não existe sem o outro. O
exibicionista gosta de se mostrar enquanto que o voyeur, para
completar sua satisfação, precisa ficar na moita, escondido,
discretíssimo.
De uma certa forma a quase totalidade dos homens e uma minoria de mulheres são voyeurs.
De uma certa forma a quase totalidade dos homens e uma minoria de mulheres são voyeurs.
Quem,
caso tenha a oportunidade de ver uma bela mulher tirando a roupa no
edifício em frente, não apagará a luz do seu apartamento para
curtir a cena com calma? Se tiver um binóculo, melhor ainda.
Neste
sentido inofensivo, todos os homens são voyeurs e todas as
mulheres são exibicionistas: basta ir a qualquer praia e ver
milhares delas de fio dental.
O
verdadeiro voyeur, o profissional, porém, só obtém
satisfação sexual olhando.
É
capaz de se arriscar a levar um tiro, escalar um edifício inteiro,
só para ver um casal trepando. Bate a sua punhetinha e vai embora
sem aporrinhar ninguém.
Existem,
é claro, mulheres exibicionistas que se despem com toda a calma do
mundo em frente a uma janela aberta e que gozam simplesmente por
saberem que no escuro, em algum lugar qualquer, escondidão, tem
alguém olhando para ela.
A
diferença fundamental entre o voyeur amador e o profissional
é a seguinte: enquanto o amador, ao ver um casal trepando, gostaria
de estar no lugar do homem, o profissional não tem nenhum interesse
nisso; quer mesmo é ficar espiando.
VULVA,
José Maurício (1923- ) – Chegou a jogar algum tempo no
São José, de Porto Alegre, que não existe mais. Em 1947, fez parte
do famoso trio de alfes, Orozimbo, Prego e Vulva.
Abandonou o esporte para fazer carreira no Itamaraty e chegou a ser segundo-secretário da nossa embaixada em Lagos, na Nigéria, onde foi visto pela última vez em 1958.
Abandonou o esporte para fazer carreira no Itamaraty e chegou a ser segundo-secretário da nossa embaixada em Lagos, na Nigéria, onde foi visto pela última vez em 1958.
Sua carreira, dizem, foi bastante prejudicada pelo fato
de ter lábio leporino, o que dificultava a comunicação com os
nativos.
Chama-se
vulva, também, a parte externa da genitália feminina: grandes
lábios, pequenos lábios, clitóris, abertura da uretra e a abertura
da vagina (é, ali mesmo!) propriamente dita.
Voltando
ao desaparecido José Maurício, no dia em que perdeu um pênalti
contra o Juventude, de Caxias do Sul, em jogo decisivo, a torcida do
São José cobriu ele de porradas.
O
locutor da rádio Farroupilha se esbaldou: “Estão tascando o pau
no Vulva”. Coisas da vida.
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