SUTIÃ
– Nome de origem francesa para o porta-seios. Entra e sai de moda
desde os últimos 3 mil anos. Teria sido inventado na China por Yang
Kwei Fei, concubina do imperador Hsuan Tsung, no século VIII, para
esconder as marcas das mordidas deixadas por amantes extra-oficiais.
Antes disso, em épocas diversas, as mulheres usavam um pedaço de pano para cobrir os seios.
Antes disso, em épocas diversas, as mulheres usavam um pedaço de pano para cobrir os seios.
Em
verdade, o sutiã, como o conhecemos hoje, apareceu para aliviar um
pouco as mulheres que tinham que carregar peitos muito pesados.
Com
a sofisticação da publicidade, foram transformados em peça
erótica, o que sempre me chateou muito, uma vez que havia certos
modelos difíceis de serem tirados em lugares públicos, como no
cinema, por exemplo.
Durante
os anos 50, quando a publicidade era muito censurada nos Estados
Unidos, os fabricantes de sutiãs encontraram uma forma de burlá-la.
Em
jornais, revistas e na televisão, aparecia uma jovem de saia e
sutiã, andando pelas ruas com o olhar vago de uma sonâmbula. O
título que se tornou extremamente popular era: “Eu sonhei que
parei o tráfego usando o meu sutiã”.
Durante
os anos 60, com o advento da pílula, o sutiã caiu de moda e as
feministas chegaram a queimá-lo em praça pública.
No
fim dos anos 80, porém, ele voltou com força total.
No
Brasil, uma agência de publicidade anunciou os sutiãs Valisère
para as mocinhas recém-adolescentes que, afinal de contas, são as
que menos precisam deles. Os sutiãs venderam mais do que nunca, pois
a propaganda associava o seu uso com a transformação da menina em
mocinha.
SUPERSTIÇÕES
– Todo mundo tem. É a crença irracional de que alguma coisa
(número, pessoa, objeto, cor, dia, gesto) pode dar sorte ou azar.
Eu, por exemplo, acho que dá azar sair de uma mesa e deixar o copo
pela metade.
As
superstições viajam dentro da tradição nascida em tempos
pré-científicos e podem ser de origem pessoal, religiosa e
cultural.
Tem
gente que acha que será absolvida de seus pecados caso beba o sangue
e coma a carne de Cristo, através do vinho e da hóstia.
Outros
acreditam que levarão vantagem em tudo se encherem os pulmões de
fumaça aspirada através de tubinhos brancos de papel recheados de
fumo, alcatrão e nicotina.
Judeus
e árabes crêem que dá azar comer carne de porco e os porcos não
comem carne de judeu ou árabe, pelo mesmo motivo.
A
superstição de banqueiros, políticos e empresários brasileiros se
resume em evitar a honestidade para manter o poder e o dinheiro.
Algumas
superstições sexuais: Aristóteles achava que se o homem amarrasse
o testículo esquerdo durante o ato sexual teria somente filhas
mulheres e vice-versa.
Outra
superstição considerada infalível: se você tiver 1 milhão de
dólares comerá as mulheres que quiser.
Um
pontapé bem dado nos culhões é simpatia certa para evitar filhos
durante algum tempo.
Dá
azar se encontrar com um batalhão da Polícia Militar em dia de
greve: quem encontra está fudido.
Dormir
numa cela cheia de prisioneiros com o rosto voltado contra a parede
faz mal para o rabo.
Manter
relações sexuais com lagostas e alimentar-se exclusivamente do
clitóris das próprias faz emagrecer.
SURUBA,
Karlheinz von (1927- ) – Mulato sarará, vendedor de
laranjas em Macaé, Estado do Rio de Janeiro. Corcunda, cego dum
olho, perneta e babão, jamais foi convidado para uma suruba, embora
tenha lido o Ulysses, de Joyce, traduzido por Antonio Houaiss.
TABU
– Algo que é proibido e considerado tão perturbador a ponto de
não se falar sobre ele. Os tabus diferem de sociedade para
sociedade, de tempos em tempos.
Algumas sacanagens, como cunnilingus e felacio já não são mais tabus em quase todas as partes do mundo.
O incesto continua tabu, embora nas favelas miseráveis e entre a elite ele continue sendo praticado, principalmente depois da pílula anticoncepcional, com mais ou menos discrição.
Algumas sacanagens, como cunnilingus e felacio já não são mais tabus em quase todas as partes do mundo.
O incesto continua tabu, embora nas favelas miseráveis e entre a elite ele continue sendo praticado, principalmente depois da pílula anticoncepcional, com mais ou menos discrição.
Quando
Édipo, personagem de Sófocles, descobriu que a mulher com quem
casara e tivera filhos era sua mãe, compreendeu que havia violado um
tabu e arrancou os olhos. Quero dizer: compreendeu que havia cometido
um ato indigno aos olhos dos deuses e dos homens, pois nunca ouvira
falar em tabu, que é uma palavra de origem polinésia.
Violar
um tabu, enfim, deveria ser cometer um ato tão infame que tornaria
impossível a vida de quem o cometeu.
Eu
disse deveria, porque no Brasil de 1964, até poucos anos atrás, a
palavra democracia era considerada tabu e quem a defendesse poderia
ser preso, morto e torturado.
Para
a classe dominante brasileira, um bando de vagabundos sustentados por
120 milhões de mortos de fome, tabu, quando não é nome de perfume,
é nome de sub-herói de filme de selva passado em Hollywood nos anos
40.
Dizem,
entretanto, que no Méier, alguns anos atrás, havia um viadinho cujo
apelido era Tabu, que vivia sendo violado sem que ninguém se
incomodasse. Muito menos ele.
TAO
– Em chinês quer dizer “caminho” ou “estrada”. Conceito
fundamental da filosofia chinesa que se perde no tempo e que
significa o caminho correto ou a estrada para o céu. Segundo
Confúcio se trata de uma filosofia ética, subordinada portanto ao
comportamento humano, cuja meta é a perfeição moral.
Como
todo conceito traz dentro de si o seu contrário, existe há milênios
outra escola taoística que toma rumos metafísicos que transcendem o
humano.
O
clássico taoísta, que data do século III a.C, começa com a
seguinte frase: “O Tao absoluto é indefinível, mas,
eventualmente, a linguagem pode fazer sugestões que conduzam a uma
compreensão mística e intuitiva da realidade invisível”.
Um
aspecto do Tao que pode ser percebido pelo homem é o processo
visível da permanente mudança da natureza.
Através
da observação das manifestações visíveis do Tao absoluto, é
possível intuir a existência do substrato que é a essência de
todas as coisas. Perceber este processo pode, então, levar à
compreensão do Tao absoluto. Uma viagem alucinatória sem auxílio
de drogas, se entendi bem.
O
mais provável, porém, é que ninguém entenda porra nenhuma de Tao
algum. Os taoístas que limitam a filosofia ao comportamento humano
acreditam que uma boa saúde está ligada ao ato sexual.
Basicamente,
a coisa se resume na conservação do esperma e na completa
satisfação da mulher, que produzem a harmonia do Yin
(essência feminina) e do Yang (essência masculina).
Eis
alguns conselhos taoístas para trepar a vida inteira, manter a saúde
e não ter filhos indesejados:
1)
Aos vinte, o homem deve ejacular de quatro em quatro dias, aos
cinquenta, de vinte em vinte dias, aos setenta, uma vez por mês.
Trepar, entretanto, sempre que tiver vontade. Para evitar a
ejaculação:
a)
não ficar excitado demais; quando isso ocorrer, manter apenas um
centímetro de pau dentro da mulher e ficar quietinho até que a
calma retorne;
b)
começar introduzindo o pau três vezes devagar e uma com força,
depois seis vezes devagar e uma com força, nove vezes devagar e uma
com força e assim por diante;
c)
passar com a mulher o maior tempo possível, tratando-a sempre como
um ser humano;
d)
evitar o felacio, que pode levar à ejaculação mas abusar do
cunnilinguns, para obter a preciosa essência Yin da mulher;
e)
fazer amor poeticamente, usando todos os sentidos.
2)
Para prevenir a ejaculação o homem deve espirrar. Para espirrar
deve beliscar-se na região entre o cu e o saco.
3)
Num ritmo calmo, é possível introduzir o pau mais de mil vezes sem
gozar.
Jolan
Chang, que hoje (1988) está com setenta e dois anos e mora em
Estocolmo, é um chinês taoísta. Trepa três vezes pela manhã,
depois anda 60 quilômetros de bicicleta para trepar mais duas ou
três vezes à noite. No momento, ele está na fase de ejacular uma
vez por mês.
Seu
conselho: “Se depois da ejaculação, não importa a idade que
tiver, você se sentir bem, é porque está no bom caminho e viverá
muitos anos. Se se sentir mal, pare e veja se está seguindo o Tao à
risca”.
Aos
interessados, sugiro a leitura de Os Segredos da Alcova de Jade,
que data do ano 206 a. C.
Lembre-se,
porém, do número de mulheres que estará perdendo enquanto procura
este raríssimo livro.
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