VERLAINE,
Paul (1844-1896) – Ele era filho de militar e um
excelente poeta lírico, provavelmente o melhor da sua época. Ela
chamava-se Mathilde Mauté, da classe média francesa, bonita e
apaixonada.
Quando se conheceram e casaram, ele tinha vinte e cinco anos, era gentil, boa-pinta e famoso. Ela era uma menina de dezessete anos que queria ser feliz.
Quando se conheceram e casaram, ele tinha vinte e cinco anos, era gentil, boa-pinta e famoso. Ela era uma menina de dezessete anos que queria ser feliz.
Algumas
semanas após o casamento ela notou que o seu Paul estava sempre
cansado na hora do fuder e quando o fazia, fazia mal.
Às vezes passava dois, três dias sem aparecer em casa e se ela ousasse reclamar, ele a cobria de porradas.
Às vezes passava dois, três dias sem aparecer em casa e se ela ousasse reclamar, ele a cobria de porradas.
Ela
ficou grávida, mas continuou apanhando e quando o filho do casal –
George – nasceu, ele quase o matou quando o nenê o acordou com o
seu choro.
Como
ela era uma menina muito asseada, ele passou a não tomar banho,
provavelmente para fazer com que ela se afastasse dele.
Pobre
Mathilde, devia pensar: “O que será que o Paul quer?”
Fora
eu vivo e conhecesse o casal naquela época diria: “Mathilde, o
Paulinho quer sentar em cima de um trolho”.
Mathilde
acabou descobrindo de que coceira sofria o seu marido quando um dia – eles já estavam casados há três anos – ele apareceu em casa com
um garoto de dezessete anos e disse: “Mathilde, te apresento o meu
amigo Arthur Rimbaud. Ele vai morar conosco”.
Rimbaud,
embora garoto, era um bom filho da puta e um melhor poeta, melhor que
Verlaine, inclusive.
Uma
noite, Mathilde acordou e encontrou Verlaine dormindo com Rimbaud.
A
partir desta noite os dois perderam a vergonha. Se comiam na frente
de Mathilde que, dura, não teve coragem de se mandar.
Em
1872, vendo que Mathilde não se mandava, Verlaine e Rimbaud saíram
de casa para não mais voltar. Rimbaud, aliás, aproveitou para
afanar uma flauta de marfim de Mathilde.
Se
Verlaine se apaixonou, aparentemente, o mesmo não aconteceu com
Rimbaud, que trepava com todos os viados de Paris quando não estava
escrevendo ou enchendo a moringa de absinto, bebida muito em moda na
época.
Paulette
não aguentou e deu um tiro nele. Ele não morreu, mas Verlaine
passou dois anos na cadeia.
Rimbaud
aproveitou para abandonar a poesia e a viadagern. Viajou para a
Etiópia, onde comeu muitas nativas enquanto contrabandeava armas.
Em
1891, voltou para a França a fim de se casar, mas morreu no mesmo
ano em Marselha, graças a uma perna gangrenada.
Mathilde,
assim que passou a lei do divórcio, entrou com uma ação e se casou
de novo aos trinta e três anos. Teve dois filhos com um mestre de
obras.
George,
seu filho com Verlaine, nunca passou de chefe de estação do metrô
de Paris e toda vez que ouvia falar no nome do pai, tomava um porre.
Morreu de porre em 1926.
Verlaine
continuou escrevendo poesia – nada que pudesse se comparar com a
produção dos primeiros anos – e morreu na casa de uma velha
prostituta – Eugénie Krantz –, todo fudido, aos cinquenta e dois
anos.
Apesar
dessa história sórdida, em menos de cinco anos Paul Verlaine e
Arthur Rimbaud produziram a melhor poesia francesa da última metade
do século XIX.
Hoje
dão nome a dois edifícios contíguos, de luxo, em Ipanema, no Rio
de Janeiro, cujos moradores só lêem Vinícius de Moraes, com
exceção do inquilino do 701 do Verlaine, que é vidrado em
Baudelaire, que também era francês, também era bom poeta, mas não
sentava em objetos estranhos.
VENÉREA,
Doença – Não, não é isso que a senhora está
pensando. A doença não se chama venérea porque Vênus um dia pegou
uma gonorréia de Marte, com o qual corneava seu marido, Vulcano.
Aliás, Vênus era uma deusinha muito mixuruca de origem desconhecida, associada à jardinagem. Mais tarde é que os romanos decidiram associá-la a Afrodite, a deusa grega do amor.
Como não há setor da história da humanidade que não esconda alguma sacanagem política, Vênus não fugiu à regra.
Aliás, Vênus era uma deusinha muito mixuruca de origem desconhecida, associada à jardinagem. Mais tarde é que os romanos decidiram associá-la a Afrodite, a deusa grega do amor.
Como não há setor da história da humanidade que não esconda alguma sacanagem política, Vênus não fugiu à regra.
Júlio
César clamava ser descendente de Enéas, o fundador do Lazio, filho
de Afrodite. Isso lhe dava origem divina e o direito de ser
proclamado deus, bem como os seus descendentes.
Quem sabe um pouco de História sabe também o mal que esta pretensão fez à saúde de Júlio César.
Quem sabe um pouco de História sabe também o mal que esta pretensão fez à saúde de Júlio César.
Mas
voltamos à doença venérea. Como a gonorréia, a sífilis, o
cancroide, o galo, a linfogranulama, são transmissíveis por
microorganismos muito sacanas como os espiroquetas, os gonococos, os
bacilos e os vírus, através da relação sexual, receberam o nome
de doença do amor.
Até
Alexander Flemming descobrir a penicilina na primeira metade deste
século, milhões e milhões de homens e mulheres morreram de doenças
do amor.
Todas
essas doenças, entretanto, não passam de frescuras se comparadas
com a AIDS, que também se transmite através do ato sexual.
Para
que esses vírus todos não entrem dentro do organismo é que se
inventou a camisa-de-vénus, ou seja, a camisa do amor para combater
a doença do amor.
Hoje
em dia é difícil encontrar uma mocinha dadeira que não ande com
uma coleção de camisas-de-vênus na bolsa.
As
mais sofisticadas chamam as camisas de blusas de Afrodite.
Outra
versão apócrifa diz que deuses astronautas trouxeram as camisas do
planeta Vênus para o México no século II d.C. e informaram aos
astecas: “Um dia virão homens pelo grande rio, montados em animais
de quatro patas. Eles virão para fuder o povo de vocês. Para evitar
isso, dêem-lhe essas camisas que trouxemos do nosso planeta”.
Com
camisa ou sem camisa, a verdade é que os espanhóis fuderam os
astecas, cujos descendentes, hoje em dia, continuam sendo fudidos
pelos americanos.
VERMILYE
JR., Claudius (1929- ) – Todos achavam que ele era um
bom pastor episcopal, assim como o Jimmy Swagart, que até pouco
tempo atrás aparecia na televisão brasileira e, em voz dublada com
acento americano, dizia aos mortos de fome do meu país que se eles
parassem de bater punheta e de pensar em sacanagem, iriam para o céu.
Mas,
como eu ia dizendo, todos achavam que o Claudius Vermilye era gente
fina porque havia fundado uma instituição de caridade para garotos
desamparados, chamada “A Fazenda dos Meninos”, perto de
Winchester, no Estado do Tennessee.
Gostavam
dele principalmente porque não vivia enchendo o saco da vizinhança
pedindo donativos.
Um
dia, porém, uns sete anos atrás, umas velhinhas, como acontece no
cinema, resolveram fazer uma visita ao bom pastor.
Encontraram
o bom pastor enrabando um menino de onze anos e sendo enrabado por um
de quinze.
Como
ele arranjava dinheiro para manter a fazenda? É simples: convidava
viados e bocas de fogo riquíssimos para orgias com os garotos.
Filmava o troço todo e depois revendia as cópias pelo mundo afora.
Tinha clientes até na Arábia Saudita, o encuflechado!
As
velhinhas foram à polícia e a garotada botou a boca no trombone.
Hoje
o filho da puta está na cadeia cumprindo uma pena de quarenta e
cinco anos.
Na
mesma cadeia, aliás, deviam botar o Jimmy Swagart, que pregava a
fidelidade ou a total abstenção sexual mas pagava prostitutas para
desfilar peladas na frente dele. Troço nojento.
Não ele pagar as
putas pra desfilar, mas o fato de ser ele o pagador: o tartufo que
sabia que na prática a teoria é outra. Roubava do povão pra dar
pras putas.
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