O antropólogo e escritor Nunes Pereira estava de passagem por Manaus e a moçada do Clube da Madrugada o levou para uma cervejada no bar Avenida, na Eduardo Ribeiro.
Era um começo de tarde. Estavam lá, entre outros, Arthur Engrácio, Jorge Tufic, Anísio Mello, Alencar e Silva, Guimarães de Paula, Farias de Carvalho, Antisthenes Pinto e Ernesto Penafort.
No meio da fuzarca, Nunes Pereira queixou-se pra Arthur Engrácio:
– Rapaz, estou sentindo umas cólicas da moléstia... Tenho até a impressão de que já sujei a cueca depois de soltar um “bufa”... Onde é que fica o banheiro?...
Engrácio apontou o local e o antropólogo partiu apressadamente em direção ao mesmo.
Depois de quinze minutos, o antropólogo retornou do banheiro trazendo a cueca samba-canção na mão e, em vez de sentar-se novamente à mesa, seguiu direto para a porta do bar, por onde costumavam passar as normalistas do Instituto de Educação e as senhoras e senhoritas de nossa melhor sociedade. Os escritores ficaram intrigados.
Dali a alguns minutos, Arthur Engrácio foi ver o que estava acontecendo.
Na porta do bar, Nunes Pereira, com a cueca borrada aberta nas mãos, exibia ostensivamente o surrealista troféu às mulheres que passavam e vendia seu peixe:
– Olhem aqui, olhem aqui: vocês já viram a verônica do meu cu?...
As normalistas, senhoras e senhoritas, evidentemente, fugiam escandalizadas como se tivessem visto o demo em pessoa.
Depois de algum tempo naquela brincadeira sacana, Nunes Pereira voltou para a mesa do bar dando gostosas gargalhadas.
Quem viu a verônica garante que a mandala do antropólogo estava meio puída.
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