Morador de Itaqui (RS), Romão Escobar, tio do compositor nativista Elton Saldanha, namorava uma moça do interior do município.
Pegar na mão, de que jeito? Carícias, nem se fala.
A mãe da moça e o velho não afrouxavam nem no lançante.
Sempre na sala, a velha fazendo crochê e o velho mateando.
O Romão, já meio desesperado, resolveu noivar para poder – quem sabe? – estar mais à vontade com a moça.
Argolou-se o par e, realmente, a vigilância foi afrouxada. Puderam ficar a sós na sala.
A velha vinha de vez em quando, pigarreando alto para alertar os noivos.
Numa dessas noites o Romão aprofundou-se nas carícias e, fogoso, já estava de “bombacha cheia”.
Pela janela, os irmãos menores da moça – uns alarifes! –, deram-se conta do estado do noivo e resolveram pregar-lhe uma peça.
Quando a velha, pigarreando, estava entrando na sala, os guris chegaram juntos e, com cara de apressados, disseram ao Romão, já de mão no bolso, segurando a lança:
– Seu Romão, ligeiro! Sua égua deu uma sentada e saiu campo afora com os arreios!
Romão constrangido, não podendo largar a lança, rija como um salame de Colônia, não teve outra saída:
– Me abram a porta da frente que eu vou sair agachadito! Não há outro jeito pra pegar esta égua gaviona!
E se foi a la cria.
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