Edinês, Afonso, Luiz Lobão, Lucio Preto e Maurílio, durante uma biritada no Clube Jacundá
Março de 1974. Numa manhã de sábado, Lucio Preto, Aureo Petita, Paulinho e Gilberto param o carro em frente da casa da Dona Francisca e começam a fazer o maior escarcéu.
Dona Francisca vai até o terreiro saber o que está acontecendo.
– Dona Francisca, por favor, chame o Luiz Lobão, que ele está escalado para fazer um teste de montador na fábrica de calculadoras da Sharp do Brasil! – explica Lucio Preto.
– Mas logo hoje, em pleno sábado?... – questiona Dona Francisca, visivelmente surpresa.
– Pois é. Parece que o Luiz já fez o teste escrito e hoje ele vai só fazer a avaliação física, que é feita fora da fábrica. O Paulinho e o Áureo também estão indo fazer o teste! – explicou Lucio Preto.
Na maior boa fé e acreditando piamente que o filho caçula tivesse tomado juízo, Dona Francisca vai chamá-lo.
Ele havia chegado bêbado na madrugada anterior e havia vomitado a casa inteira. Um horror!
Ainda meio sonolento, Luiz Lobão se despede da mãe, entra no fusca e eles vão embora pro Bar Riachuelo, lá pras bandas da Cidade Nova.
Retornam pra Cachoeirinha por volta da meia-noite, depois de terem detonado cinco garrafas de “pirata holandês” (Ron Montilla com leite condensado Greenland).
Luiz Lobão está capotado, quase em coma alcoólico.
Lucio Preto e Gilberto carregam Luiz Lobão até a entrada da casa, deixam o bebum no chão, dão duas batidas rápidas na porta, entram rapidamente no fusca e saem de lá cantando pneus.
Quando Dona Francisca abre a porta, toma um susto: tá lá o corpo estendido no chão.
Irritadíssima, ela começou a reclamar, enquanto tentava levantar o indigesto:
– É esse que é o teste da Sharp, sem vergonha?! É esse que é o teste da Sharp?!
Reunindo as últimas forças que ainda possuía, Luiz Lobão abriu um dos olhos, que nem o pirata do rótulo do Ron Montilla, balançou a cabeça em desaprovação e ganiu:
– Mas a senhora ainda acredita no Lucio Preto, mamãe?...
Aí, fechou de novo o olho e voltou a dormir.
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