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quarta-feira, setembro 29, 2010

Mashup junta o rock experimental do Yeasayer ao Depeche Mode

Marcus Vinicius Brasil, do Rraurl

O rock experimental dos nova-iorquinos do Yeasayer, uma das atrações do Planeta Terra Festival, se encontrou com o tecnopop oitentista do Depeche Mode em um mashup recém-lançado.

O remix, feito pelos holandeses do MadMixMustang, junta as faixas O.N.E, do segundo disco do Yeasayer, Odd Blood, com a clássica I Just Can't Get Enough, do Depeche Mode.

O resultado está disponível para download no site Mashuptown.com.

O Yeasayer divulgou o mashup em seu blog oficial.

O trio formado no bairro do Brooklyn por Chris Keating, Ira Wolf Tuton e Anand Wilder se apresenta no Gillette Hands Up / Indie Stage do Planeta Terra Festival, às 20h do dia 20 de novembro.

Mas vamos esquecer por um momento que o Yeasayer vem do Brooklyn e que esse bairro nova-iorquino tem rendido boas novas para o rock nos últimos anos - todo mundo já cansou de ler a esse respeito e até uma revista careta como a New York dedicou uma longa reportagem (com direito a capa) ao assunto.

Deixando de lado qualquer interesse geográfico, o que interessa é o segundo e novo álbum do grupo, Odd Blood, que bem sucede All Hour Cymbals.

A versão que ouvimos e da qual falamos aqui é a que apareceu na internet em fins de 2009, e que ainda não havia sido lançada oficialmente.

Lançada dois anos atrás com músicas de sabor étnico, a estreia do trio o tornou notável pelas canções que falavam de esperança e da relação com a natureza sem soar tolo demais.

Wait for the Summer foi hino pagão no distante ano de 2007 com um clipe dirigido pela trupe do Mixtape Club.

Levou a estados de transcendência qualquer ouvinte com tendências xamanistas graças a seus timbres bucólicos.

Odd Blood traz de volta esse balanço ritualístico, potencializado por notas eletrônicas disparadas por sintetizadores.

Os vocais de Chris Keating continuam garantindo a unidade do trabalho, escorregando por notas agudas e não raro aparecendo embargado pelo efeito de vocoders.

Em The Children, faixa que abre Odd Blood, sua voz aparece tão filtrada que faz lembrar a personagem Fever Ray da sueca Karin Dreijer cantando em If I Had a Heart.

Mas passada essa introdução sinistra, as outras canções soam alegres e otimistas.

Ambling Alp (que ganhou um clipe pegajoso) tem belas melodias compostas por teclados assoviando, além de uma percussão cheia de tamborins e chocalhos.

Para quem gosta de espacialidade e linhas de baixo dançantes, O.N.E. oferece os dois.

Sustentada por guitarras e vocais ecoando ao infinito, poderia ser taxada de space disco caso viesse de algum país escandinavo.

Madder Red lembra muito o material de All Hour Cymbals, com jeito de música saída da trilha sonora de O Rei Leão, e Love Me Girl tem a mesma levada new age - constam até sons de uma revoada de pássaros.

Rome responde por um dos momentos mais animados de Odd Blood graças aos seus tecladinhos esfuziantes.

Foi com esse bom humor e alguma medida de psicodelia (toque Strange Reunions para estados alterados de consciência) que o Yeasayer abriu a temporada de bons discos de 2010.
 
Suas músicas funcionam como uma trilha esperançosa para os próximos meses, e harmoniza bem com as mais utópicas metas de ano novo.

Um comentário:

Lena Wild disse...

Te envio um vídeo com uma composição minha e arranjo de Dante Ozzetti, que penso ser apropriado para a saudade que a Ana nos deixará. Fala de saudade, do amor pela terra, que não é mais do que a saudade e o amor pelas gentes que a compõem...

Um grande abraço... Lena Wild.

http://www.youtube.com/watch?v=1YAdf8_3cBA