O humorista Reinaldo, do Casseta & Planeta, acaba de lançar um novo livro de cartuns chamado Noites de Autógrafos.
O livro é dedicado a quem gosta de livros, escritores, livrarias, bibliotecas etc e traz cartuns sobre uns 60 autores de várias épocas e estilos, sempre vivendo situações bizarras em suas hipotéticas noites de autógrafos.
Parte desse material já havia sido publicado na revista Piauí.
Segundo Marco Rodrigo Almeida, da Folha de São Paulo, a ideia surgiu no ano passado, quando Reinaldo chegou muito antes dos outros convidados à noite de autógrafo do cartunista da Folha Adão Iturrusgarai.
Para quebrar o gelo causado pelo vazio, o humorista do Casseta & Planeta começou a sacanear o amigo, dizendo que talvez o homem invisível também já estivesse ali e ninguém percebera ainda.
A piada originou um desenho em que Adão conversava com o tal homem invisível.
Era o início de uma série de caricaturas sobre escritores autografando livros. A coleção está reunida em Noites de Autógrafos.
O livro traz autores tão díspares quanto Agatha Christie, Rabelais e Kafka.
Os mais difíceis de desenhar foram Mário Quintana e João Cabral, ambos muito “comuns”. “É mais fácil quando a pessoa tem uma característica mais extravagante, como o Beckett.”
Ruben Fonseca sofre com ele: Reinaldo força um encontro discreto do autor de “Agosto” com Mandrake, o mágico, xará de sua mais famosa criação. Já Kafka vê sua barata ser dedetizada.
O prefácio é assinado pelo jornalista Sérgio Augusto, para quem a proposta de Reinaldo é capaz de causar inveja em qualquer cartunista da revista “New Yorker”.
Ainda tem Bram Stocker recebendo seu personagem “sangue bom”; Flaubert e Madame Bovary invertendo seus papéis; e o coelho de “Alice” que se atrasa para um lançamento de Lewis Caroll. Só que ele não é o retardatário coelho que arrastou Alice para o “País das Maravilhas”, mas Paulo Coelho disfarçado de White Rabbit.
A caricatura que fez de Adão, inspiradora da série, não está no livro. A ansiedade que uma noite de autógrafos pode causar, contudo, está bem representada.
Vários dos desenhos trazem escritores angustiados à espera do público. “Para um escritor, essa é uma situação muito complicada. Nunca se sabe se alguém vai aparecer ou não. Não é fácil”, diz.
Por via das dúvidas, Reinaldo lançou o livro na semana passada em uma movimentada livraria de Ipanema, no Rio.
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