Fevereiro de 1994. O GRES Balaku-Blaku vai levar para a avenida o enredo “No mundo das nuvens: venha voar comigo”, contando a história da aviação, e está confiante em ganhar seu primeiro título no grupo especial.
Chato de galochas e gago de pedra, Manuel Português é nomeado diretor de Fogos de Artifício da escola somente para ter com o que se ocupar e parar de encher o saco dos outros diretores.
Sua missão: provocar uma inesquecível explosão de fogos de artifício na hora em que a escola de samba pisasse no sambódromo.
Como a escola seria a quarta a desfilar, Manuel Português e sua equipe amanheceram o sábado no Centro de Convenções para garantir o melhor local onde instalariam sua artilharia pesada.
Passaram o dia inteiro naquela atividade frenética, combinando tiros de morteiros com fogos coloridos, numa sequência alucinante, obedecendo a um croqui previamente desenhado por ele.
Quando a terceira escola deixou a área de dispersão, a bateria da Balaku Blaku começou a fazer o esquenta.
Dali a 20 minutos, começaria o desfile da escola.
Manuel Português foi tomado de um estranho pressentimento: e se aquele foguetório todo, na hora agá, não funcionasse?
Determinado, ele fez uma última inspeção na artilharia pesada e resolveu testar a engenhoca.
Acendeu uma mecha e ficou observando: a explosão começou, exatamente na sequência que ele havia desenhado.
Quando, dez minutos depois, o bombardeio de fogos de artifícios acabou, foi que ele percebeu a mancada.
– Pu-pu-puta qui-qui-qui pa-pa-pariu aca-aca-acabou os fo-fo-fogos da escola!... E ago-ago-agora o qui-qui-qui eu vou fa-fa-fazer?
Não houve jeito de remediar.
A Balaku Blaku entrou na avenida enfrentando um silêncio de velório.
O aloprado Manuel Português foi expulso da escola no mesmo dia.
Um comentário:
depois querem saber porque brasileiro conta piada de português...
Postar um comentário