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quarta-feira, julho 19, 2017

ABC do Fausto Wolff (Parte 7)


BOCETA – Substantivo feminino (ant.). Caixinha de forma oval ou cilíndrica; caixa de rapé.

BUCETA, Carlos (1909-1970) – Despachante aduaneiro uruguaio. Segundo o grande escritor brasileiro Lúcio Cardoso, “se buceta falasse, falaria argentino”. Presume-se que o autor de A Casa Assassinada estivesse querendo dizer que se buceta falasse falaria espanhol com sotaque argentino.
O Sr. Carlos Buceta, despachante aduaneiro, falava espanhol com sotaque uruguaio e era muito gozado pelas crianças brasileiras que passavam pela alfândega uruguaia. A gurizada vivia berrando: “Sr. Buceta, fala um troço aí pra gente ouvir”.

BUSCETA, Tommaso (1924- ) – Mafioso siciliano, atualmente preso nos Estados Unidos. Está entregando o ouro para o FBI. As cinco famílias de New York e toda a máfia siciliana querem o seu couro. Busceta, que conseguiu escapar das polícias americana e italiana, acabou sendo preso pela “competente” polícia de São Paulo, pois viveu no Brasil por muitos anos.
Ao saber disso, seu pai teria lhe dito: “Tu, figlio mio, non sei um Busceta, sei un babaca”.
Quem não souber italiano que vá chupar um prego! Eu disse um prego! Busceta pronuncia-se assim ó: Bucheta e não Busqueta, como decidiu a pudica TV Globo.

BUNDA – Já foi nobre guerreiro angolano. Vocês leram o livro de Alex Halley, Raízes, ou viram a adaptação televisiva? Os descendentes de Halley eram negros mandingas, bravos e orgulhosos, que foram caçados em sua terra natal e vendidos como escravos na América do Norte. Os negros vendidos no Brasil eram os bundas.
Como os bundas foram vendidos e comprados por portugueses que estavam ainda menos interessados na sua história, origem, identidade, cultura, etc., e como os negros bundas tinham as nádegas muito salientes, criou-se a identificação. Os negros bundas eram os que tinham as nádegas salientes e as nádegas salientes passaram a se chamar bundas.
Foram os bundas trabalhadores, cordiais, musicais, fraternos, bem-humorados que levantaram este país chamado Brasil para serem abandonados em 1888 quando a escravidão já não era mais um bom negócio.
Pensem bem: um escravo hoje em dia custaria (casa, comida, roupa lavada) bem mais que um salário-mínimo, não é mesmo? Enfim, os portugueses botaram na bunda dos bundas e os brasileiros brancos e ricos continuam fazendo o mesmo até hoje.
A propósito: os bundas viviam em Angola, onde alguns poucos ainda hoje falam o bundo.

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