Por Marcos Vasconcellos
Anos Getúlio. Anos de Ditadura. Anos de Gregório Fortunato,
o Anjo Negro da guarda pretoriana do penúltimo grande dono do Brasil, posto que
ainda há quem o postule, como o ectoplasma do Leonel Brizola, por exemplo.
Um dos protegidos de Gregório – que acabou decentemente
assassinado pelas costas na cadeia onde cumpria pena – era um gaúcho, índio
guasca, tão analfabeto e incompetente quanto ele, eminência parda, em ambos os
sentidos, dos magníficos salões do Catete, salões imperiais, onde grassava a
indecência, a impudicícia, a sem-vergonhice que sempre caracterizam as
ditaduras.
Veio o animal do Sul, garantido pela ajuda truculenta que
deu ao pequeno ditador, e queria emprego.
Gregório, o supremo senhor da República do Catete, ordenou:
– Empreguem o homem de qualquer jeito!
O que você quer ser? Qual o emprego que você quer? –
perguntou um dos ministros gregorianos ao protegido do Anjo Negro.
– Quero ser Coronel Reformado do Corpo de Bombeiros.
Foi atendido. Claro. Para isso servem as ditaduras.
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