Por Marcos Vasconcellos
Vitorino Freire, pernambucano da cidade de Pedra, era um
osso duro de roer. Senador da República, por três mandatos, Vitorino era uma
espécie de vice-rei no Norte-Nordeste e dominava todos os currais eleitorais da
região. Mas no episódio seguinte não teve jeito.
Um belo dia um primo seu – Jurandir Brito – que era uma
fera, matou de maneira cruel, pelas costas, um desafeto na cidade de Arcoverde
e foi a julgamento depois de confessar orgulhosamente o crime.
– Couro de cabra ruim eu boto pra bichar – ele dizia.
Resultado: pena de vinte e oito anos e seis meses.
Jurandir levantou-se, chamou todos os jurados de cornos, o
juiz de viado, e berrou em pleno Tribunal:
– Arredonda pra 30 anos, cambada de frouxos, que eu não
quero ficar devendo nenhum favor a vocês!
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