Uma réplica do famoso
Trovão Azul, o carango favorito do bicheiro
Dezembro de 1985. O bicheiro Ivan Chibata ia passando em frente da Discoteca Brilho (no seu local foi construído o Amazonas Shopping) quando Afonsinho, um dos seguranças do empresário João Aragão, sócio-proprietário da boate, fez sinal com a mão para que ele parasse.
Ivan Chibata estacionou seu “Trovão Azul” (o apelido que ele dera ao seu novíssimo Opala Diplomata Cupê 85) e foi saber o que o sujeito queria:
– Recebemos um novo carregamento de “berros” da melhor qualidade! – avisou Afonsinho, visivelmente excitado. – Vamos lá dentro, que eu te mostro!
Ivan Chibata entrou na boate.
Em cima de uma mesa com tampo de mármore, dezenas de armas de todos os tipos: carabinas, escopetas, submetralhadoras, revólveres, fuzis, granadas, lança-morteiros, o diabo a quatro.
O bicheiro pediu para examinar um Colt 44 com cabo de madrepérola.
Pegou a arma, alisou o cabo, examinou o tambor, testou o gatilho, fez três vezes seguidas o gesto de sacar a arma da cintura e mirar em um inimigo imaginário, tal como havia aprendido nos filmes de faroeste, e aí perguntou do Afonsinho:
– Tem bala dum dum?...
Afonsinho lhe deu seis balas dum dum.
Ivan Chibata colocou pacientemente as balas no tambor, fechou o tambor, apontou a arma pra cima e apertou o gatilho.
Além do barulho ensurdecedor, a bala dum dum fez um buraco de meio metro no teto de zinco da boate.
– Bom, muito bom! – avisou o bicheiro, devolvendo a arma a Afonsinho. – Leva amanhã lá na banca, que eu compro!
Aí, entrou no “Trovão Azul” e caiu fora.
O João Aragão que depois desse um jeito de consertar o telhado da boate.
O bicheiro era marrento.
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