Kepelé, Mestre Louro, Luiz Lobão, Zinho e as cachorras
Dezembro de 1977. Os
soldados Sici Pirangy, Douglas Azulay e Marcelino Lopes, o Zinho, deixam o quartel do 1.º
BIS no começo da noite de uma sexta-feira e, ainda fardados com o uniforme de
passeio da corporação, resolvem gastar o soldo no Canto da Peixada.
Mais tarde, apanham um
ônibus e descem em frente da Padaria Cinthia, na Rua Carvalho Leal, na
Cachoeirinha. Os três saem conversando em direção às suas respectivas casas.
O dorminhoco Zinho tira a
japona, enfia dois dedos na gola e a coloca sobre um dos ombros, como se fosse
um renomado cantor de boleros da velha-guarda e sai caminhando na maior
boçalidade.
Quando ele começa a descer
a Rua Parintins, um jipe da Polícia do Exército para ao seu lado. O oficial,
que está no jipe, chama o soldado:
– Escuta aqui, ô bonitinho?
Quem foi o filho da puta que te autorizou a usar a farda do glorioso Exército
Brasileiro desse jeito?...
Antes que Zinho abrisse a
boca, dois musculosos soldados da PE já o estavam imobilizando e o colocando
dentro do jipe.
Pegou trinta dias de xadrez
para aprender a não usar a farda do glorioso Exército Brasileiro como um
surrado paletó de cantor de boleros.
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