Edinês, Afonso, Luiz Lobão, Lucio Preto e Maurílio no Jacundá Clube de
Campo
Fevereiro de 1984. Fazendo
hora para participar do desfile do GRES Andanças de Ciganos, Maurílio, Sici
Pirangy e Luiz Lobão foram para o Bar do Caxuxa detonar um frasco de
lança-perfume Universitária, recém-chegado do Panamá.
O bar estava quase vazio.
O barman Selmo Nogueira limitava-se a limpar as mesas e, de vez em quando,
servir uma batida para a única mesa ocupada pelos três.
Quando ele se aproximava
da mesa, o frasco era escondido, os lenços eram embolsados e a conversa mudava
de rumo. O barman nem aí.
Sici Pirangy, o mais
precavido dos três, ponderava:
– Porra, bicho, o Selmo é
nosso brother. Não vamos marcar pra ele senão vai sujar a fama do boteco. Vamos
devagar com o andor! Esse Luiz Lobão está dando muita bandeira! Vamos baixar a
bola e cafungar devagar. O Caxuxa não gosta dessas paradas não. Isso aqui é um
bar-família de respeito!…
Os lenços eram
encharcados, narizes aspiravam freneticamente, disfarces eram utilizados, e, de
vez em quando, alguém dava o toque:
– Esconde, esconde, que o
Caxuxa vem aí…
Indiferente a tudo, Selmo
continuava no seu pique habitual.
Servia a batida de coco
solicitada, o sanduíche misto-quente, trocava uma ou duas palavras afetuosas e
continuava a limpar as outras mesas.
De repente, Selmo se
aproximou da mesa, decidido, e detonou:
– Porra, Maurílio, vê se
deixa de frescura e coloca uma prize aqui que eu também quero cheirar! Ou vocês
acham que essa porra foi feita só pra vocês?…
E estendeu um lenço do
tamanho de uma toalha de mesa.
Cafungou quase metade do
frasco em menos de dois minutos.
Os outros três cafungeiros
ficaram pasmos com a desenvoltura profissional do barman.
Aquilo, sim, era um
bar-família de respeito!
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