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sexta-feira, dezembro 20, 2019

Nei Parada Dura e a princesinha de Mônaco



Setembro de 1980. Frank Cavalcante, Lourival Magalhães e Nei Parada Dura estavam indo para uma festa de aniversário do Dejanir Cavalcante, irmão do Frank e dono da Orobó Veículos, no Balneário Paxiúba, quando, próximo da Estrada do Aeroporto, avistaram uma preguiça atravessando a pista.

Nei Parada Dura, que tinha o estranho hábito de coçar a orelha direita com o braço esquerdo passando por trás da nuca semelhante aos macacos, se escalou para pegar o animal.

Foi amor à primeira vista. A preguiça se encantou com o novo dono e ele com ela.

Em uma das vendinhas de beira de estrada, Nei Parada Dura comprou uma penca de bananas-najá e começou a alimentar a preguiça.

– Essa aqui é a princesinha Caroline de Mônaco, o meu mais novo amor! – dizia Nei Parada Dura, com a preguiça sentada em seu colo. – Fala aqui com o tio Frank e diz como você é bonitinha!

Aí, segurando as patas do animal com uma das mãos, esticava as garras afiadas da preguiça em direção ao motorista, que só faltava perder a direção, assustado com o tamanho das unhas da princesa.

Quando eles chegaram no Paxiúba, uma surpresa: o vigia explicou que a festa de aniversário seria no dia seguinte, domingo, e não naquele sábado.

Eram quase 15h e não havia absolutamente nenhum tipo de comida no lugar.

Como os três já estavam com o estômago roncando, resolveram deliberar sobre o que fazer.

Prevaleceu a lógica, apesar dos protestos histéricos do Nei Parada Dura, e a preguiça foi para o sacrifício.

Eles comeram a princesinha Caroline de Mônaco assada na brasa.

Nei Parada Dura nunca mais se recuperou do trauma emocional.

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