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quinta-feira, dezembro 19, 2019

Vai que cola...



Paulo César, Afonso Libório, Luiz Lobão e Vladimir Brother

Junho de 1982. Mortos de bêbados, Áureo Petita, Paulo César e Paulinho Preto chegam de madrugada à casa do Lúcio Preto para dar uma descansada e curar a carraspana. O dono da casa não estava.

Na maior cara de pau, os três arrombaram a porta com violência, entraram na casa, tiraram lençóis limpos do guarda-roupas, ligaram o ventilador, aconchegaram-se na imensa cama de casal e dormiram o sono dos justos.

Quando Lúcio Preto chegou em casa, algumas horas depois, ficou puto com a presepada e resolveu se vingar.

Quando acordaram, os três cachaceiros já estavam dormindo no chão frio da cozinha.

Áureo Petita foi o primeiro a se levantar. Ao dar o primeiro passo, tropeçou nas próprias pernas e caiu de cara no chão.

Lúcio Preto havia colocado nele uma chuteira com os pés trocados, amarrado os cadarços com nó cego e colado, com cola de sapateiro, uma imensa luva de goleiros em suas mãos.

Áureo Petita levou quase uma hora para desamarrar a chuteira usando a luva de goleiro e um dia inteiro para se livrar da própria luva.

Morrendo de rir da situação de Áureo Petita, Paulo César tentou levanta-lo do chão, mas descobriu que não podia mover nenhum dos dois braços.

Lúcio Preto, também usando cola de sapateiro, havia colado os dois braços do Paulo César contra o próprio corpo e, de quebra, encharcou o bigode do atleta com cola de sapateiro e tinta vermelha Suvinil.

Paulo César ficou parecendo uma mistura de palhaço Bozo com o boneco joão-teimoso.

Possivelmente porque a cola de sapateiro já estivesse no fim, Paulinho Preto teve melhor sorte.

Lúcio Preto apenas o deixou totalmente pelado e colou no seu peito um imenso escudo de pano da fanfarra do Rui Araújo que, para ser retirado, exigiu uma paciente operação “raspa-cabelo-do-peito” à base de gilete.

Ele também teve seus pelos pubianos pintados de tinta vermelha Suvinil para, segundo Lúcio Preto, ficar “mais parecido com o saci Pererê”.

Nenhum dos três voltou a dormir na casa do Lúcio Preto.

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