Natália, Andreza e
Antídio Weil
Fevereiro de 1985. O despachante Antídio Weil estava participando de um baile de carnaval no Cheik Clube e um de seus parceiros de gandaia misturou Artane na sua bebida, sem que ele percebesse.
O medicamento Artane, utilizado no tratamento de mal de Parkinson, quando misturado ao álcool, maconha ou a barbitúricos, causa alucinações e delírios no usuário.
Os comprimidos de Artane também costumam ser utilizados no golpe “Boa noite, Cinderela”.
O certo é que o despachante passou o baile de carnaval totalmente chaparral, tendo visões de tudo quanto é tipo.
De madrugada, Antídio chegou em casa ainda pra lá de Marrakesh.
Assim que entrou na sala de visitas, ele começou a gritar para seu irmão João Carlos, o “Bazam”, que havia acabado de abrir a porta:
– A nossa casa está cheia de índios peles-vermelhas, mano! A nossa casa está cheia de índios peles-vermelhas e eles estão querendo me matar! Tão flechando de todo canto e pra tudo que é lado...
Passado na casca do alho desde a adolescência, Bazam percebeu logo do que se tratava e entrou no jogo:
– Os índios peles-vermelhas estão reunidos aonde, mano velho!
– No banheiro, porra, no banheiro! – devolveu Antídio, quase em pânico.
Bazam entrou no banheiro, demorou uns dois minutos lá dentro, saiu e voltou a falar com Antídio:
– Fica frio e te acalma, que eu já matei três índios! Agora, vai pro teu quarto dormir enquanto eu chamo o General Custer para me ajudar a acabar de matar o resto...
Antídio obedeceu ao irmão e dormiu feito um anjo.
Artane é foda, zifio! Te mete!
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